O Leão chegou a abrir dois gols de vantagem, mas acabou empatando com o Palmeiras, em 2×2, no Barradão
Como diria Chico Buarque, quem espera nunca alcança. Pela segunda vez no Barradão, o Vitória faz tudo certinho, consegue se manter na frente, mas relaxa antes do apito final, chama o adversário para seu campo e acaba cedendo o empate, como ocorreu contra o Sport. Ontem foi até pior, pois chegou a estar vencendo por 2×0, mas levou dois nos minutos finais da partida e chega ao terceiro empate consecutivo na Série A. Se serve de consolo, há cinco jogos que o Vitória não perde. Mas há três não ganha.
Renato Kayzer e Erick marcaram para os donos da casa, com noite empolgada de Osvaldo. Pena que não adiantou nada.
O ritmo da torcida, que cantava e vibrava, distorcia com o Vitória desafinado dentro das quatro linhas. O time não fazia questão da posse e chamava o Palmeiras, que atendia sem cerimônia. Com 3 minutos, o primeiro milagre do anjo Arcanjo. Marcos Rocha invadiu pela direita e bateu rasteiro, para bela defesa de Lucas. Parecia que seria uma noite de sofrência, mas tudo mudou depois dos 20 minutos.
O começo foi complicado. Se fosse vôlei, o Vitória até estaria bem postado, pois parecia não querer invadir o lado do Palmeiras, se limitando ao seu território. Quando passava do meio de campo, não demorava muito para perder a posse. Lomba só pegou na bola pela primeira vez aos 17 minutos do primeiro tempo, com um chute de Pepê. Contudo, o chute despretensioso foi um gatilho para o jogo mudar de mão.
Ilusão
Quando o Leão resolveu jogar futebol, dominou o duelo. Pela esquerda, Osvaldo conseguiu dois bons contra-ataques, mas pecava no último ato. Na primeira, demorou para tocar em Kayzer, que perdeu o tempo da bola. Na segunda chance, até tentou o chute, mas fraco. O vovô conseguiu inclusive meter uma tabaca em Marcos Rocha, o melhor lance do jogo até então.
Antes de abrir o placar, o Leão perdeu Cáceres, machucado. Claudinho entrou. Contudo, não diminuiu o ritmo. Aos 33 minutos, o Leão foi compensado pela mudança de postura. Ronald Lopes deu belo passe para o artilheiro Kayzer, que bateu rasteiro na saída de Lomba, um goleiro que não tem boas lembranças do Leão. Ele foi o goleiro do Bahia em 2013, nos Ba-Vis das duas goleadas de 5×1 e 7×3. Azar o dele. Aos 40, ele evitou o segundo após uma pancada de Baralhas, que quase marca um golaço.
No retorno do intervalo, Kayzer quase apronta outra. Logo aos 3 minutos, o atacante chutou rasteiro na esquerda, mas Lomba foi buscar. Mas foi aos 19 minutos que Lomba teve o segundo sabor amargo de levar outro gol do Leão. Erick recebe pela direita, corta Piquerez e bate colocado, uma pintura. O goleiro palmeirense nem saiu na foto.
Tudo parecia uma festa, mas tinha que ter uma lambuzada numa noite quase perfeita. Ou melhor, duas. Baralhas derrubou Sosa na área, pênalti. Aos 24, o Palmeiras, que até então não tinha feito nada na partida, diminuiu com a cobrança de Piquerez. O jogo manteve o equilíbrio, apesar do Vitória diminuir mais o ritmo. Diminuiu até demais e, já sem Kayzer e Osvaldo em campo, cedeu o empate, aos 40, após cabeçada de Flaco López. O resto é história.