Senador afirma que Bolsonaro tentou obstruir investigações e defende cassação de Eduardo Bolsonaro na Câmara
O inquérito relevado na quarta-feira, 21, sobre a tentativa de impedir a investigação da trama golpista por parte do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de seu filho, Eduardo Bolsonaro, é considerado “prova de que houve a iniciativa de obstruir a Justiça”, conforme avaliou o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Otto Alencar.
“A Polícia Federal comprovou isso nas mensagens e em outras provas contundentes. Nada que venha de Bolsonaro, de Eduardo ou de Carlos — com exceção de Flávio, que é mais moderado —, na minha opinião, não é surpresa, desde que esteja compatível com o que ele deseja, que é o golpe. Ele quer é a anistia para quem tentou destruir a democracia. Todos os movimentos foram assim, não teve nenhum deles que não foi assim”, afirmou o senador.
O presidente do PSD na Bahia citou ainda episódios que, segundo ele, demonstram a intenção golpista de Bolsonaro desde 2021. “Se você fizer uma retrospectiva e chegar a 6 de setembro de 2021, Bolsonaro estimulou os caminhoneiros a invadirem o Supremo Tribunal Federal. Esse período inteiro foi de tentativa de golpe. Ele não queria entregar o poder, queria permanecer no poder, mesmo que fosse através da força”, relembrou.
Otto também direcionou críticas ao deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, a quem acusa de prejudicar a imagem do país e setores estratégicos da economia. “Está desmascarado, sobretudo o mal que esse Eduardo Bolsonaro está fazendo ao país. É um prejuízo muito grande para as empresas, para as indústrias e para o agronegócio. Esse Eduardo Bolsonaro tem que ser literalmente cassado na Câmara dos Deputados”, disse.
O senador questionou ainda a postura da Casa diante da atuação do parlamentar. “Ele está ausente, eu não sei como é que os deputados aceitam essa letargia de não caçar Eduardo Bolsonaro, e ele ainda está recebendo salário. Isso é uma estupidez absurda”, concluiu, afirmando ainda que “essas provas são acrescentadas as outras tantas que estão lá no Supremo”.
Senador Otto Alencar –