O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não irá comparecer presencialmente ao STF (Supremo Tribunal Federal) para o primeiro dia de julgamento da ação sobre tentativa de golpe de Estado, que acontece nesta terça-feira (2). A informção é do advogado do ex-presidente Jair Bolsonaro, Celso Vilardi.
“Ele não está bem [de saúde]”, disse Celso Vilardi, ao chegar ao Supremo. Segundo ele, Bolsonaro chegou a avaliar a ida ao STF, porém sua condição de saúde, marcada por vômitos e crises de soluços devido a um quadro de esofagite e gastrite, o impediu. A informação é do site UOL.
O advogado afirmou que a defesa se baseará na “verdade” e em “pontos jurídicos”. Vilardi chegou ao STF por volta das 8h20 e conversou rapidamente com a imprensa.
O ex-presidente cumpre prisão domiciliar, por isso, precisaria solicitar com antecedência autorização ao ministro Alexandre de Moraes para se deslocar ao Supremo. O percuso deve ser acompanhado de policiamento e monitorado em tempo integral. Além do mais, Bolsonaro precisa voltar para casa antes das 19h, no entanto, alguns dias da sessão podem passar desse horário.
Segundo a reportagem do UOL, Jair Bolsonaro ainda pode pedir permissão a Alexandre de Moraes para ir nos outros dias. A Primeira Turma do STF marcou sessões extraordinárias até 12 de setembro para analisar o processo. O ex-presidente chegou a acompanhar presencialmente o julgamento da Primeira Turma quando houve a análise sobre o recebimento da denúncia, em março.
Mauro Cid também não vai comparecer
De acordo com o UOL, Mauro Cid, tenente-coronel que fechou acordo de colaboração premiada com a Polícia Federal, também não irá presencialmente ao Supremo. A defesa do tenente será a primeira a se manifestar, após o procurador-geral da República, Paulo Gonet, e a leitura do relatório de Moraes, que dá início ao caso.
Outros membros das Forças Armadas, que integram a alta cúpula militar, também serão julgados.Três generais e um almirante estão no banco dos réus por fazerem parte do chamado “núcleo crucial do golpe”. Os advogados dos acusados disseram que seus clientes não devem comparecer ao STF. O ex-ministro da Defesa,Paulo Sérgio Nogueira,não respondeu. As defesas dos generais Braga Netto e Augusto Heleno e do almirante Almir Garnier disseram que eles não vão comparecer.
O general Braga Netto é o único dos acusados que está preso. Netto está detido em uma unidade militar no Rio de Janeiro desde dezembro de 2024 por ser suspeito de agir para tentar obstruir as investigações. A defesa do general nega a acusação e já pediu reiteradas vezes sua soltura, o que não foi concedido pelo STF.