A Prefeitura de Salvador, por meio da Secretaria de Sustentabilidade, Resiliência, Bem-Estar e Proteção Animal (Secis), lançou nesta quinta-feira (25) o SustentaFolia, programa inédito que tem como meta tornar o Carnaval de Salvador mais sustentável, inclusivo e alinhado aos princípios da nova economia verde.
Voltado para micro e pequenas empresas (MPEs) que fornecem serviços a blocos, trios e camarotes, além de baianas de acarajé e cooperativas de reciclagem, o programa quer qualificar até 50 empresas, envolver 10 baianas de acarajé e fortalecer 10 cooperativas de materiais recicláveis até o Carnaval de 2026.
O lançamento ocorreu no auditório do Sebrae Bahia e reuniu autoridades públicas, lideranças empresariais, representantes da cultura popular e organizações da sociedade civil.
“O SustentaFolia nasce de um desejo antigo de integrar a economia circular à maior festa popular do mundo. A gente já tem outras experiências bem-sucedidas e agora estamos consolidando uma política que envolve toda a cadeia do Carnaval, com foco na sustentabilidade e na geração de renda local”, afirmou o secretário da Secis, Ivan Euler.
Funcionamento
O programa está estruturado em quatro eixos. Inclusão e Inovação foca especialmente cooperativas, com novas abordagens de negócios e oportunidades de renda. Capacitação Técnica aborda temas como ESG, sustentabilidade e empregos verdes. Consultorias e Acesso ao Mercado visa fortalecer empresas locais. Valorização Cultural e Social tem ênfase no empreendedorismo feminino, com atenção às baianas de acarajé.
Jorge Khoury, superintendente do Sebrae Bahia, afirmou: “É fundamental orientar, mas também é preciso fazer. E o SustentaFolia faz. Começa com antecedência, envolve os atores certos e prepara todo o ecossistema do Carnaval para entregar resultados efetivos quando a festa chegar”.
Para o diretor de Administração e Finanças do Sebrae Bahia, Vitor Lopes, a iniciativa chega num momento em que a sustentabilidade é prioridade para negócios: “Essa parceria é muito simbólica. Temos uma longa trajetória com a Prefeitura em ações de desenvolvimento local, e agora ampliamos essa agenda para o Carnaval, que é um grande motor econômico e cultural. O SustentaFolia é um passo concreto na direção de uma cidade mais resiliente, inclusiva e preparada para os desafios climáticos e sociais do nosso tempo.”
Cronograma
O cronograma prevê três fases: mobilização, seleção e início das qualificações (setembro–outubro de 2025); capacitações, consultorias e engajamento (novembro–dezembro de 2025); e avaliações e certificações (janeiro–fevereiro de 2026).
Durante o processo, os participantes terão acesso a workshops, palestras e consultorias personalizadas, além de trocas de conhecimento sobre economia circular, serviços sustentáveis e aplicação prática de conceitos ESG.
“Estamos falando de práticas concretas que colocam Salvador como referência em inovação sustentável. Baianas de acarajé e cooperativas têm um papel central nesse processo. Estamos falando de patrimônio cultural e inclusão socioprodutiva. O Carnaval é tradição, mas também é vanguarda”, pontuou o subsecretário da Secis, Walter Pinto Jr.
Luciana Villas Boas, diretora regional da Abrape/BA e diretora executiva do Camarote Salvador, reforçou o compromisso do setor privado: “O Carnaval é um palco global. Temos metas ousadas como a de sermos ‘lixo zero’ até 2027 no Camarote Salvador. Programas como o SustentaFolia ajudam a acelerar essa transformação e mostram que a sustentabilidade é, sim, possível na prática”.
Impacto esperado
Além dos ganhos ambientais, o SustentaFolia busca estimular a economia local, qualificando negócios baianos para atender à demanda por serviços socioambientalmente responsáveis e gerar renda na cadeia produtiva do Carnaval.