sexta-feira, 10 outubro, 2025

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Programa Morar Melhor faz 10 anos e já reformou 60 mil lares em Salvador

O Programa Morar Melhor, da Prefeitura de Salvador, celebra 10 anos em outubro com a marca de 60 mil famílias beneficiadas. A política pública foca em melhorias que impactam diretamente a saúde, a autoestima e a qualidade de vida dos moradores.

Ao longo da década, os serviços mais executados foram troca de telhado, reboco, colocação de esquadrias, instalação de kit sanitário e pintura. Também foram realizadas obras como escadas, rampas de acesso e instalação de corrimões. As equipes identificam com frequência imóveis em áreas de risco, problemas estruturais, infiltrações, mofo e residências sem banheiro.

O programa atua em toda a cidade, com maior concentração no Subúrbio Ferroviário, Cabula, Tancredo Neves, Cajazeiras, Liberdade e São Caetano. O prefeito Bruno Reis (União Brsil) destacou o alcance social da iniciativa. “Estamos completando 10 anos de um programa fantástico que ao longo desse período mudou de verdade para melhor a vida de 60 mil pessoas em nossa cidade. Elas tiveram suas casas reformadas, puderam morar com dignidade e ter melhor qualidade de vida em todas as áreas. É uma política pública que permite melhores condições na saúde, que tem impactos na área social e traz conforto e segurança para os moradores”.

O Morar Melhor persegue três objetivos principais: resgatar cidadania e autoestima, prestar assistência técnica nas áreas de arquitetura e construção civil e oferecer moradia mais digna às famílias. O secretário de Infraestrutura e Obras Públicas (Seinfra), Luiz Carlos de Souza, relacionou ganhos em saúde à melhoria das casas: “Tem muitas pessoas que têm alergia ou problemas respiratórios, e um lugar insalubre com mofo e infiltrações agrava essas doenças. Muitas delas não têm recursos, são aposentados ou dependem de algum programa social, e não têm perspectiva de melhoria na renda. O Morar Melhor consegue mudar esse quadro e fazer o que o morador não consegue, transformando a vida das pessoas”.

Valter Pontes / Secom PMS

O secretário também ressaltou o efeito sobre a autoestima e as relações sociais: residências em condições precárias afastam visitas e deterioram laços familiares, segundo ele. “Esse aniversário de 10 anos é motivo de alegria e de comemoração. Um projeto que começou sem que a gente tivesse tanta expectativa de que poderia se prolongar por tanto tempo e nem alcançar a quantidade que nós alcançamos. São 10 anos em que a gente vem transformando a vida das pessoas”, concluiu Luiz Carlos.

Os critérios de seleção consideram dados do Instituto Nacional de Geografia e Estatística (IBGE) priorizando regiões com maior incidência de domicílios sem revestimento, concentração de pessoas abaixo da linha da pobreza e presença de mulheres chefes de família. Não são contemplados imóveis em situação de risco, casas de aluguel nem famílias com renda acima de três salários-mínimos.

Entre os beneficiados, há relatos emotivos. A aposentada Zenilda Santos, 84 anos, que vive há mais de 60 em São Gonçalo, disse que o telhado da casa havia desabado sobre a filha: “A Prefeitura veio e ajeitou minha casa toda. Agora está muito linda. Estou muito feliz, porque nunca imaginei que um dia eu teria uma casa como esta. Não é conversa fiada, não, é muita felicidade mesmo”. A manicure Elísia de Jesus dos Santos, 31 anos, mãe de cinco filhos, relatou alívio após a reforma: “Antes, quando chovia, molhava dentro e fora de casa. Graças a Deus, mesmo com essa chuva toda que teve nos últimos dias, não molhou nada aqui dentro. A gente também não tinha porta em casa. Eu usava duas telhas para fechar a casa. A gente ganhou porta, quarto e tantas outras coisas”.

Valter Pontes / Secom PMS

O programa é executado em etapas: vistoria, cadastro, execução da obra e inauguração. Atualmente, atuam 17 servidores da Seinfra, quatro empresas executoras e equipes de cadastro — ao todo, 430 trabalhadores envolvidos nas ações. Em 2017, o Morar Melhor recebeu o Selo de Mérito Especial no Fórum Nacional de Habitação e Interesse Social pela Associação Brasileira de Cohabs e Agentes Públicos e pelo Fórum Nacional de Secretários de Habitação e Desenvolvimento Urbano.

A meta anunciada é ambiciosa: alcançar mais 15 mil casas até 2028, ampliando o impacto social e sanitário do programa na cidade.

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