sábado, 11 outubro, 2025

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Pesquisa Quaest: aprovação de Lula sobe e empata tecnicamente com reprovação

A aprovação ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva voltou a empatar, dentro da margem de erro, com a desaprovação: 48% dos entrevistados aprovam a gestão e 49% desaprovam, segundo a pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira (8).

O levantamento foi encomendado pela Genial Investimentos e ouviu 2.004 pessoas com 16 anos ou mais entre os dias 2 e 5 de outubro. A margem de erro é de 2 pontos para mais ou para menos e o nível de confiança é de 95%.

É a primeira vez desde janeiro que aprovação e desaprovação aparecem tão próximas. No início do ano, 49% desaprovavam e 47% aprovavam — a diferença de um ponto agora é a menor desde dezembro de 2024, quando a aprovação era maior que a desaprovação (52% a 47%). Entre fevereiro e setembro, a reprovação chegou a liderar com folga; o pico negativo ocorreu em maio, quando a desaprovação alcançou 57% e a aprovação ficou em 40%.

Os números por segmento trazem variações relevantes: mulheres passaram a aprovar mais que desaprovar (52% a 45%), após empate no levantamento anterior. Católicos também aprovaram em maior proporção (54% a 44%). Entre os beneficiários do Bolsa Família, a aprovação chegou a 67% (desaprovação de 31%). Já entre os que têm renda familiar de 5 salários mínimos ou mais há empate técnico: 52% desaprovam e 45% aprovam — uma mudança em relação a setembro, quando esse grupo desaprovava mais.

Há inversão e empates por faixa etária: no segmento 35 a 59 anos a posição inverteu — em setembro 51% desaprovavam e 46% aprovavam; agora 51% aprovam e 46% desaprovam. Entre os 60 anos ou mais há empate com 50% aprovando e 46% desaprovando. Entre os 16 a 34 anos houve oscilação de um ponto na desaprovação, sem alterar o cenário geral do segmento. As margens de erro por faixa variam entre 3 e 5 pontos conforme o recorte.

Por escolaridade, o destaque é o grupo com até o ensino fundamental, onde a vantagem da aprovação sobre a desaprovação aumentou de 15 para 22 pontos: 59% aprovam contra 37% que desaprovam (eram 56% e 41% em setembro). Nos demais níveis de escolaridade, as variações ficaram dentro da margem de erro.

Sobre aspectos econômicos e imagem internacional, 49% dos entrevistados acham que Lula “saiu mais forte” após o encontro com Donald Trump na ONU, enquanto 27% consideram que saiu mais fraco. Na pauta econômica, 79% são a favor de isentar do Imposto de Renda quem ganha até R$ 5 mil. Também caiu a parcela de brasileiros que avaliam que a economia piorou no último ano.

Na avaliação geral do governo, 33% consideram a gestão positiva, 37% negativa, 27% regular e 3% não souberam ou não responderam — oscilações pequenas em relação ao levantamento de setembro.

Metodologia e interpretação

A pesquisa foi realizada presencialmente com amostra nacional representativa (2.004 entrevistas entre 2 e 5 de outubro). A margem de erro de 2 pontos e o nível de confiança de 95% permitem classificar a diferença de 1 ponto entre aprovação e desaprovação como empate técnico. Estudos prévios da série mostram que a avaliação pública oscilou ao longo de 2025 — atingindo o pior momento em maio e recuperando-se gradualmente desde então.

Os recortes por gênero, religião, idade, escolaridade e renda mostram que a recuperação da aprovação não é homogênea: há mais aprovação entre os menos escolarizados e beneficiários de programas sociais, e maior desaprovação ou empate em faixas de renda mais altas e entre evangélicos, o que pode influenciar dinâmicas eleitorais e estratégias políticas nos próximos meses.

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