O Hospital Aristides Maltez (HAM) lançou nesta segunda-feira (13), um mutirão online para mulheres com suspeita de câncer de mama. A iniciativa prioriza pacientes com exames classificados como BI-RADS 4, 5 e 6, que indicam maior chance de malignidade.
O mutirão busca atender com rapidez as mulheres identificadas nos exames oferecidos pelo Estado durante o Outubro Rosa, como explica Ana Cláudia Imbassahy, coordenadora do setor de mastologia do HAM.
“O objetivo é agilizar esse procedimento de matrícula porque quanto mais cedo iniciarmos o tratamento melhor para a paciente”,
Com o novo sistema, as pacientes podem enviar a documentação digitalmente, evitando deslocamentos até o hospital. O material deve incluir os resultados dos exames, RG, comprovante de endereço e cartão do SUS, enviados para o e-mail oficial da campanha. Após a análise, a equipe de mastologia convoca as mulheres para consulta e matrícula imediata.
De acordo com Ana Cláudia, o modelo simplificado reforça o compromisso do hospital em detectar precocemente o câncer de mama e garantir início rápido do tratamento. “O Aristides Maltez tem um papel essencial não só no tratamento, mas também na detecção precoce, que é a principal estratégia para salvar vidas”, destacou.
Capacitação e ações educativas
Além do mutirão digital, o HAM promove, nesta sexta-feira (17), o XIII Curso de Atualização para Profissionais Envolvidos na Detecção Precoce do Câncer de Mama, voltado para técnicos, enfermeiros e médicos. O evento busca atualizar protocolos clínicos e laboratoriais, incentivar a troca de experiências e difundir novas diretrizes sobre diagnóstico e tratamento.
Durante o mês, o hospital também realiza palestras, campanhas e atividades educativas, reforçando a importância do autocuidado e da mamografia regular, especialmente para mulheres a partir dos 40 anos ou com histórico familiar da doença.
Câncer de mama ainda é o mais incidente
O câncer de mama segue como a neoplasia maligna mais frequente entre mulheres no mundo. Estimativas do Instituto Nacional de Câncer (Inca) apontam 704 mil novos diagnósticos por ano no Brasil, considerando todos os tipos. Desses, 74.610 devem ser de câncer de mama feminino — cerca de 66,54 casos por 100 mil mulheres.
Na Bahia, são esperados 4.230 novos casos anuais, sendo 1.340 apenas em Salvador. Os números reforçam a necessidade de políticas públicas e ações de rastreamento contínuas, especialmente em regiões com acesso desigual à saúde.
Expansão das iniciativas
O hospital, mantido pela Liga Bahiana Contra o Câncer, planeja ampliar as ações até o fim do ano. Em dezembro, em parceria com o Instituto Protea, será realizado um mutirão presencial com atendimentos gratuitos e encaminhamentos imediatos para mulheres com suspeita ou diagnóstico confirmado.
“A intenção é ajudar a reduzir a taxa de mortalidade do câncer de mama na Bahia e no Brasil. Para isso, precisamos investir em detecção precoce e tratamento ágil e de qualidade”, afirmou Maria Romilda Maltez, presidente da Liga Bahiana Contra o Câncer.
