O senador Otto Alencar (PSD) aconselhou, ontem, o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), a não disputar a eleição deste ano para o governo da Bahia e permanecer no Palácio Thomé de Souza. “Não é uma crítica ao prefeito de Salvador. De jeito nenhum. Eu tenho na minha cabeça que acho super importante. Você se comprometeu a fazer, faça. Não deixe seu mandato no meio do caminho para buscar outro mandato. Isso, às vezes, funciona como fome de poder, como vontade de ter mais poder. Quem fez aqui na Bahia teve problema. Assumiu o mandato vá até o fim”, sugeriu, em entrevista à rádio Metrópole.
O senador lembrou, também, casos recentes de políticos que renunciaram o posto para concorrer a outro cargo e foram mal sucedidos, como Waldir Pires que deixou o governo da Bahia para ser candidato a vice-presidente na chapa de Ulysses Guimarães. Além dele, o tucano José Serra que saiu da prefeitura de São Paulo para concorrer ao Palácio do Planalto. Otto Alencar disse que é habitual senador disputar o governo no meio do mandato, pois, já tem garantido mais quatro anos. Ele frisou, no entanto, que não tomaria esta medida porque “a população que votou comigo sabe que tenho que levar meu mandato até o fim”.
O parlamentar afirmou, ainda, que o governador Rui Costa (PT) “merece a reeleição”, uma vez que tem tido um bom desempenho mesmo diante da crise econômica e política do país. “Tem obras importantes no estado. Ele está muito centrado e conhece bem o estado”, elogiou Otto, que também é presidente do PSD da Bahia. Otto reiterou a vontade de seu partido de integrar a chapa à reeleição de Rui Costa. “O nosso partido tem pretendentes e tem nomes que podem participar da chapa. Tem o presidente da Assembleia, Ângelo Coronel, e [o deputado federal] Antonio Brito”, disse.
O congressista não quis fazer uma avaliação da administração de ACM Neto na prefeitura de Salvador. “Não gosto muito de avaliar o adversário até pelo respeito que tenho. Não vou opinar nem contra nem a favor”, salientou. O senador e o prefeito de Salvador trocaram farpas, nos últimos meses, por causa de um suposto boicote do governo federal contra a administração de Rui Costa. Otto acusou os aliados do presidente de Michel Temer (MDB) de barrar um empréstimo de R$ 600 milhões, e ACM Neto afirmou que o congressista “enxergava fantasma”.