Lúcio Vieira Lima apontou que a indefinição do cenário nacional também é uma entrave para as negociações locais
O deputado federal Lúcio Vieira Lima tem planos ambiciosos para o MDB baiano em 2018, mesmo após a crise que quase implodiu a legenda após a Polícia Federal encontrar malas de dinheiro atribuídas ao irmão dele em um apartamento na capital baiana. O parlamentar reassumiu o comando do partido – que na última segunda-feira anunciou a pré-candidatura do ex-ministro João Santana ao governo do Estado. Agora, a oposição já conta com três candidaturas: além da de Santana, há a de João Gualberto (PSDB) e Zé Ronaldo (DEM). Lúcio, no entanto, indagado pela Tribuna, não aponta quais coligações podem ser seladas nas próximas semanas. No entanto, deixa implícito que a base não ficou nada satisfeita com a decisão de o prefeito ACM Neto (DEM) desistir do embate com o governador Rui Costa (PT). “Não posso adiantar [futuras coligações] porque essa campanha se caracterizou por algo diferente: todo mundo estava querendo o apoio dos partidos para depois dizer se era candidato ou não”, alfineta, fazendo alusão ao gestor democrata.
O parlamentar aponta que a indefinição do cenário nacional também é uma entrave para as negociações locais. “Nós precisamos eleger deputados federais e estaduais. Isso é muito importante: você ter um candidato a governador para ajudar um projeto de eleger parlamentares. Além do mais, nós temos que esperar a decisão se o MDB terá candidato a presidente. O PSDB quer fazer palanque para o Alckmin. O DEM quer fazer palanque para Rodrigo Maia. Então, é natural que o MDB queira fazer palanque para o seu candidato, que é o Henrique Meirelles”, analisa. Ele deixa claro que o MDB baiano deve apoiar qualquer nome nacional para a corrida presidencial: “Sou a favor que o MDB coloque uma candidatura. Sou a favor de qualquer candidatura do MDB. Agora, quem vai ser, vai depender de conversas internas. Primeiro, precisamos arrumar a casa internamente e depois partir para o debate com a sociedade”. Lúcio também revela os planos para a legenda baiana: “Nós pretendemos eleger, sem coligação, dois deputados federais e dois deputados estaduais. Se coligarmos com outro partido, a coligação elegerá três federais e três estaduais”. Segundo o site Política Livre, ele já reuniu 46 candidatos à Câmara dos Deputados na sigla e acredita que é possível chegar a 59, número máximo para disputar as eleições deste ano.
“Não temos problema nenhum com o DEM”
Ainda à Tribuna, Lúcio deixa claro que a desistência de Neto mudou completamente os planos da oposição. “Com essa saída de ACM Neto, nós vamos aguardar até o prazo das convenções conversando com todo mundo. Até porque, nenhum partido tem condições de dizer quem será candidato a deputado ou não. Logicamente, com a saída de ACM Neto, terminou a eleição de parlamentares ganhando uma grande importância. Então terminou que todos estão fazendo contas para eleger o maior número de deputados possíveis. Essa eleição é a eleição do salve-se quem puder”, crava.
O deputado não descarta continuar mantendo a aliança com o DEM no pleito: “Veja bem, nós estamos abertos ao diálogo. Não tem problema nenhum. Se nós formos procurados para conversar… até porque, sou daquela tese de que quem quer apoio tem que estar disposto a apoiar. Nós não temos problema nenhum com o DEM, com nada. Agora, a partir do momento que Neto, que era o candidato natural, retirou sua candidatura, então todos os partidos têm o direito de pleitear a candidatura ao governo. Vamos conversar à exaustão. Se não chegarmos em um acordo, nós marcharemos com o nosso candidato”.