terça-feira, 2 dezembro, 2025

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Acidentes domésticos aumentam no fim do ano e exigem atenção

Com famílias reunidas, férias escolares e recesso de fim de ano, aumenta também o risco de acidentes domésticos. Em 2023, o Brasil registrou cerca de 9,3 mil mortes desse tipo, o equivalente a 25 óbitos por dia, segundo o Ministério da Saúde. A pasta aponta ainda mais de 120 mil internações anuais relacionadas a episódios dentro de casa.

O médico emergencista e professor Lucas Campos, explica que esses acidentes surgem de situações simples do dia a dia. “Os casos mais comuns são queimaduras, cortes ou quedas. A pessoa escorrega no banheiro, tropeça caminhando dentro de casa, se corta ou sofre uma queimadura enquanto está cozinhando, uma criança passa correndo e se machuca”, afirma.

Segundo ele, crianças pequenas – que exploram ambientes sem noção de risco – e idosos, que já têm mobilidade reduzida, são os grupos mais vulneráveis. A seguir, as orientações para lidar com os acidentes mais comuns e identificar quando procurar atendimento médico.

Cortes

Nem todo corte exige ir ao hospital, mas a avaliação correta é fundamental. A gravidade depende da profundidade e da dificuldade para estancar o sangramento. Se o ferimento for leve, o recomendado é lavar com água corrente e sabão neutro e pressionar a área com pano limpo até parar o sangramento.

“O que define a ida imediata à emergência é a incapacidade de parar o sangramento apenas com compressão”, reforça Campos. Cortes profundos ou extensos precisam ser avaliados por um profissional.

Quedas

As quedas seguem como a principal causa de morte por ferimentos não intencionais, especialmente entre crianças e idosos. Após o incidente, devem ser observados nível de dor, capacidade de movimentação e presença de deformidades.

Pequenas fraturas podem passar despercebidas pelos familiares. Por isso, é importante buscar atendimento, especialmente se a dor não melhora ou se houver dificuldade para se locomover”, explica. Se houver desorientação, tontura ou dificuldade para falar, a avaliação médica deve ser imediata.

Queimaduras

Em caso de queimaduras, o primeiro passo é interromper a fonte de calor e lavar a região com água corrente fria. Soluções caseiras, como pasta de dente, manteiga, café ou gelo, não devem ser usadas. Se houver bolhas, não devem ser estouradas. A recomendação é secar suavemente e cobrir com pano limpo ou gaze.

É necessário ir à emergência quando a queimadura for extensa, atingir rosto, olhos, mãos, pés, genitais ou grandes articulações; quando houver dor intensa, bolhas grandes, escurecimento da pele; ou se a vítima for criança ou idoso. Queimaduras elétricas ou químicas também exigem atendimento imediato.

Prevenção

Apesar de muitos casos poderem ser tratados em casa, a prevenção segue como o maior aliado. Entre as recomendações estão tapetes antiderrapantes no banheiro, pisos sempre secos, acompanhamento de idosos em áreas com escadas e cuidados extras na cozinha.

Objetos cortantes devem ser mantidos fora do alcance de crianças, e tomadas precisam estar protegidas. Panelas devem permanecer com os cabos voltados para dentro do fogão. “Dentro de casa, o perigo mora nos detalhes. São situações corriqueiras dentro de uma casa, mas que podem se tornar graves”, resume Campos.

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