Ano novo, vida nova. Revéillon é época de fazer promessas, novas metas e gerar expectativas com o que os próximos 12 meses têm a oferecer. E o torcedor do Bahia tem ainda mais um motivo para comemorar a virada de ano: o aniversário do clube, que é em 1º de janeiro. E dessa vez, boa parte da torcida do Bahia mentalizou e projetou um ano bem diferente para o clube do coração. Um 2023 de conquistas e crescimento dentro do futebol brasileiro e sul-americano. E isso tudo é impulsionado agora pela chegada do Grupo City, que comprou a SAF tricolor e já tem feito a diferença no dia a dia do clube.
A começar pelas contratações. A temporada do Bahia tem tudo para ter um salto técnico em comparação às anteriores, principalmente a de 2022, quando o clube teve um orçamento menor e disputou a Série B do Brasileirão. Até agora foram sete nomes oficialmente anunciados pelo Esquadrão, entre eles o atacante Biel, que se tornou a contratação mais cara da história do clube. Foram R$ 10,5 milhões investidos na compra do jovem jogador junto ao Fluminense e um contrato definitivo até 2028.
Esse é um cenário pouco visto pelo torcedor tricolor ao longo da história do clube. Com a concorrência de outros clubes do eixo mais ricos e mais visados pela mídia, a chegada de um jogador em crescimento e com potencial de venda futura, como Biel, era bem rara. E com a chegada do Grupo City o Bahia passa a ser visto com outros olhos pelos próprios jogadores e seus empresários, além de ter o dinheiro para pagar os clubes que estão dispostos a negociar.
Do ponto de vista esportivo, a proposta do grupo estrangeiro foca, claro, no fortalecimento de sua principal equipe: o Manchester City. Mas essa cadeia de desenvolvimento de atletas beneficia as outras equipes que fazem parte do Grupo City, principalmente tratando-se do Bahia, que agora é visto como o segundo time mais expressivo do grupo. Outros nomes promissores ligados ao grupo também devem ser anunciados pela equipe, a exemplo de Kayky e Diego Rosa, que pertencem ao City e serão emprestados ao tricolor. A passagem de bons jogadores por aqui, como promete acontecer em 2023, gera os resultados mais esperados pelo torcedor: a briga por títulos.
E nesta temporada o Esquadrão mira a reconquista de títulos e de status dentro do futebol baiano e nordestino. Sem vencer o Baianão há dois anos, com domínio do Atlético de Alagoinhas nas duas últimas temporadas, a disputa do Estadual torna-se fundamental para os primeiros passos do Grupo City junto com o Bahia. Isso porque o clube não usará equipe alternativa na competição, como fez em 2020 e 2021. Dessa forma, é plausível imaginar que o elenco montado para ter sucesso em competições mais difíceis, como a Série A e a Copa do Brasil, tenha a obrigação de sobrar no Campeonato Baiano e entrar como favorito ao título.
Quando se fala da Copa do Nordeste, o cenário é mais equilibrado. Atual campeão, o Fortaleza vem de duas temporadas muito boas no cenário nacional do futebol, conquistando vaga para a Libertadores nas duas últimas temporadas – sendo que neste ano estreou na competição e chegou nas oitavas de final – e bateu a melhor colocação de uma equipe nordestina no Campeonato Brasileiro da Série A, o quarto lugar. Mesmo assim, os cearenses são a única equipe, ao lado do Bahia, que estão na primeira divisão. Por isso, a expectativa da torcida é voltar a brigar pelo título do Nordeste com uma equipe mais qualificada.
O ano de 2023 também será diferente para a torcida tricolor do ponto de vista administrativo do clube. Após quase dez anos vivendo e exercendo a Democracia Tricolor, o torcedor terá que se acostumar com a nova era comandada pelo City. A participação dos sócios, que antes tinham poder para tomar decisões importantes pelo Bahia, como a escolha de presidentes, conselho deliberativo e aprovação de contas, agora será muito mais distante. E este ano será fundamental para entender como os investidores estrangeiros enxergam os sócios e como será a relação construída entre as partes.
Olhando do ponto de vista da gestão, o ano que começa agora também será o primeiro de muitos profissionais dentro do clube. Um exemplo é a chegada do novo diretor de futebol, Carlos Santoro. O profissional tem quase dez anos de experiência no Grupo City e tem a missão de tornar o 2023 dos tricolores mais tranquilo do que os últimos quando o assunto é bola.
Isso porque uma das principais queixas relacionadas à gestão de Guilherme Bellintani foram as falhas frequentes da diretoria executiva na contratação e gestão do elenco do Bahia. Diego Cerri, que em determinado momento chegou a agradar, saiu do clube sem deixar saudades, assim como o ex-diretor Eduardo Freeland, que esteve no clube em 2022 e não agradou a grande parte da torcida. O próprio Bellintani chegou a assumir a contratação de jogadores. Mais uma ação desaprovada pelas arquibancadas. Agora, o presidente comunicou que se afastou desse setor e que as contratações feitas já para a temporada 2023 estão sendo feitas sob gerência do Grupo City.
Diante desse cenário, as expectativas da maioria dos torcedores do Bahia para o ano são altas. E quem está no clube, desde a nova comissão técnica encabeçada pelo protuguês Renato Paiva até os novos nomes internos, terão que trabalhar para corresponder a essa expectativa por títulos e crescimento do Esquadrão.