terça-feira, 21 outubro, 2025

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Apesar de liberação de verba, universidades baianas vão manter medidas de contingenciamento

Na Universidade Federal da Bahia (Ufba), os procedimentos anunciados em setembro serão mantidos, de acordo com o reitor da instituição, o professor João Carlos Salles. Na ocasião, a universidade suspendeu de vez itens como o uso de ar-condicionado, ligações telefônicas para celular, interurbanas e internacionais, aditivos de obras e incentivos para viagens de eventos.

“As medidas continuam porque a situação que identificamos desde o início do ano é de defasagem orçamentária, ou seja, a Ufba tem uma necessidade a mais”, explicou Salles, em entrevista ao Correio, por telefone. O orçamento de capital, por exemplo, era de R$ 38 milhões em 2015. Em 2019, passou a ser de R$ 10 milhões – esses recursos são destinados a obras e compra de equipamentos. “Muitas vezes, a gente acabava solicitando que (o recurso de capital) fosse para custeio. Significa que ainda estamos numa situação de defasagem e vamos olhar com todo cuidado”, disse o reitor.

Só para dar uma ideia, a universidade enfrentou pelo menos duas paralisações de vigilantes devido à falta de pagamento, em maio e em agosto, além de ter reduzido o contrato de limpeza e encerrado o funcionamento de três bibliotecas aos fins de semana. A Ufba esteve no centro das discussões nacionais sobre os cortes do MEC desde o início. Em maio, após uma entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o ministro Abraham Weintraub anunciou que a Ufba, assim como a Universidade de Brasília (UnB) e a Universidade Federal Fluminense (UFF) teriam cortes no orçamento por promoverem ‘balbúrdia’. Na época, o contingenciamento chegou a mais de R$ 53 milhões.

Após a repercussão negativa, o MEC informou que o corte seria para todas as universidades e institutos federais.  Na Ufba, de acordo com Salles, a liberação deve ser de aproximadamente 20% do orçamento total. A universidade tinha R$ 8 milhões contingenciados e outros R$ 24 milhões bloqueados, que equivaliam a 5% e 15%, respectivamente. “O fato de ter orçamento bloqueado significa que não está disponível no sistema. O contingenciado você visualiza, mas não há liberação para empenho”, disse o reitor.

Os valores, de acordo com ele, ainda não tinham sido liberados. A expectativa, porém, era de que isso acontecesse ainda nesta sexta-feira. Todo o recurso será destinado ao orçamento de custeio – ou seja, ao funcionamento básico da Ufba. O custeio inclui desde as contas de água, energia e telefone até os contratos de vigilância e limpeza.

 

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