Campeonato aconteceu na Arena Imbuí, durante a Virada Esportiva de Salvador
O Bahia superou o Tigres por 4 a 2 na final do Campeonato Baiano de Futebol de Amputados 2023, na Arena Imbuí, em Salvador, neste domingo (22). Com o triunfo, o tricolor de aço se sagrou tricampeão da competição, que teve três edições [2018, 2019 e 2023] desde a sua criação e voltou acontecer depois de um hiato no período da pandemia.
Ainda no primeiro tempo, o Bahia abriu 3 a 0. No segundo tempo, porém, o Tigres anotou duas vezes e encostou no placar. Já no fim da partida, o tricolor marcou o quarto gol, assegurou a vantagem e segurou o placar até o final. Mesmo com o sol à pino, o jogo foi marcado por muita correria e disputas de bola.
Os braços dos atletas estavam sempre tensionados nas muletas que, vez ou outra, se chocavam em disputas mais duras. Enquanto o Bahia se lançava mais ao ataque, o Tigres usava sempre o contra-ataque. De uma forma ou de outra, as equipes conseguiam construir jogadas para ficar de cara a cara com os goleiros que, no futebol de amputados, só podem usar um dos braços para defender.
E não faltaram defesas, mesmo com seis gols anotados. Os limites do campo, que é society, fazem do futebol de amputados um esporte com uma média alta de gols. Nas partidas que aconteceram antes da final, o jogo com menos bolas nas redes teve quatro tentos marcados.
Capitão do Bahia e morador da cidade de Tucano, Sérgio Roma, 28 anos, comemorou o segundo título com o esquadrão. “O campeonato parou na pandemia, mas a gente seguiu treinando. É um grupo que joga junto há muito tempo, o que facilita. Fui campeão em 2019 e fico muito grato de poder ser novamente em 2023”, fala ele.
Ainda de acordo com o zagueiro, poder desfrutar do título na presença de amigos e familiares é ainda melhor. “Os amigos e familiares de alguns jogadores vieram e a vibração deles deixa tudo mais bonito. Minha família, que é de Tucano, não pôde vir, mas ainda sim é bonito de ver”, completa Sérgio.
Autor de dois gols na final, o meia Diego Santos, 20, comemorou o que, para ele, coroa a recuperação de um acidente de moto que sofreu há quatro anos. “Tenho três anos no Bahia e o futebol de amputados me deu uma força fundamental na recuperação. É um baque muito forte quando algo assim acontece, mas o esporte me ajudou e me deu muita alegria. Agora ainda mais com o título baiano”, fala o meia.
O campeonato aconteceu ao longo do fim de semana e contou com quatro equipes participaram: Bahia, Vitória, Tigres e SSA Amputados. Ao todo, 60 atletas foram inscritos e participaram dos jogos. Neste ano, a competição aconteceu na Virada Esportiva de Salvador, que é promovida pela Secretaria de Promoção Social e Combate à Pobreza (Sempre).
Vice-presidente da Associação Baiana de Desportos para Amputados (ABDA), Alex Fabiano fez uma avaliação positiva do campeonato. “Muito importante chegar na terceira edição do campeonato com muitos jogadores participando. Todos jogos disputados com quatro equipes de qualidade. Reforça a necessidade do campeonato pelo qual a ABDA se empenha e reúne apoios para fazer acontecer”, completa.