Há mais de 20 anos, no início dos anos 2000, Eduardo decidiu pedir as contas no posto de gasolina em que trabalhava há quase uma década para investir na carreira de artista. Com o dinheiro que recebeu após a saída, ele comprou um carro, colocou as telas dentro do veículo e rodou o sertão baiano vendendo suas artes para empresas, clínicas e escritórios de advocacia.
As redes sociais deram o empurrãozinho que Eduardo precisava. Quando a foto de um de seus quadros viralizou, ele começou a ter admiradores de diversas regiões do Brasil e a receber propostas de vendas e exposições.
Com 130 mil seguidores em um dos perfis, o baiano conta com a ajuda dos filhos para fazer as postagens. As obras do baiano retratam o dia a dia de muitos brasileiros: os nordestinos. A exposição no Louvre conta a história de brincadeiras infantis comuns nessa região do Brasil, como o telefone sem fio.
Essa não é a primeira exposição de Eduardo. No Brasil, ele já levou suas obras para diversas instituições culturais de Salvador e também para São Paulo. No exterior, ele tem quadros espalhados por mais de 25 países e fez uma exposição em Londres no ano passado.
Se a primeira tela vendida para um desconhecido custou R$ 100, atualmente o baiano tem obras de R$ 12 mil. Quem curte o trabalho, mas ainda não pode adquirir uma das telas ou esculturas, tem a possibilidade de comprar pôsteres, chinelos, canecas, camisas e outros objetos com as estampas de obras feitas pelo artista.
Depois de pintar no quintal, na garagem e em outros cômodos da casa, hoje Eduardo tem seu próprio ateliê em Barreiras, no oeste da Bahia, cidade em que vive com a família.
Assim como ele retrata nas obras, o caminho do sertanejo não foi fácil, mas com um sorriso no rosto e determinação, é possível chegar longe – inclusive no Louvre.
“Quando pisei no museu, já fui lembrando de toda a minha trajetória. Ex-frentista, sem patrocínio nenhum, muitas dificuldades. Fomos juntando moeda por moeda para chegar até aqui”, contou.