sábado, 6 julho, 2024

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Brasil goleia Jamaica em último amistoso antes da Olimpíada

Os gols da seleção foram marcados por Debinha, Jheniffer (duas vezes) e Marta

Na noite desta terça-feira (4), os torcedores baianos tiraram a camisa verde e amarela do armário para fazer história. Vindo do Dique do Tororó ou descendo pela ladeira da Fonte das Pedras, quem foi à Arena Fonte Nova fez parte da primeira vez em que a Seleção Brasileira feminina jogou uma partida na Bahia. Para coroar a ocasião, não faltaram palmas, cantoria e a comemoração de gols quando Debinha, Jheniffer (duas vezes) e Marta balançaram as redes da Jamaica na goleada por 4×0.

Após atropelar a mesma adversária no último sábado – e pelo mesmo placar -, o técnico Arthur Elias aproveitou a partida em Salvador para rodar a equipe e testar novas jogadoras, que mostraram estar à altura de vestir a amarelinha. A estreante Byanca Brasil foi um dos destaques, além de Jheniffer, com dois gols, e da rainha Marta. Mas, dentre todas as brasileiras, os holofotes estavam voltados para Rafaelle, primeira jogadora baiana a atuar pela Seleção em seu estado.

DOMÍNIO

Embalado pelo canto baiano, o Brasil começou o jogo em Salvador com a intensidade nas alturas. Nem mesmo quando a Jamaica ameaçou estragar a festa, com um gol anulado por impedimento, as meninas deixaram o ânimo cair. Logo aos 6 minutos, em resposta à ofensiva jamaicana, Duda Sampaio fez um belo lançamento para Gabi Portilho, que avançou livre e tocou para Debinha inaugurar o placar na Fonte: 1×0.

A equipe do técnico Arthur Elias encurralou as adversárias dentro de seu próprio campo. Quando as jamaicanas tentavam sair da pressão, as atletas da Seleção rapidamente interceptavam as jogadas. Mais à frente, a movimentação fluida das atacantes brasileiras, principalmente com Debinha, funcionou como uma forma de confundir a zaga rival, mesmo quando a linha de cinco era montada.

A cada jogada do Brasil, a Fonte Nova vibrava em emoção. Os gritos de “Ê Brasil” tomaram conta do estádio mesmo quando era a goleira Natascha quem estava com a bola. Aliás, a arqueira subia para jogar como líbero e compor a primeira linha. Taticamente, a Seleção mostrou um leque diverso de opções, variando de acordo com a necessidade. Quatro atacantes, cinco defensoras, quatro no meio campo e mais. O que fosse preciso fazer, a equipe modificava o esquema a seu bel prazer.

Entre jogadas que terminaram nas mãos da goleira Sydney Scheider e dribles brasileiros desconcertantes, o primeiro tempo acabou com domínio total verde e amarelo. O cenário imposto às jamaicanas pouco se alterou ao longo dos primeiros 45 minutos, já que eram raras as vezes que as rivais podiam ensaiar uma aproximação ao gol do Brasil. E quando conseguiam, era através de chutões ou erros de recomposição.

Para o segundo tempo, as equipes voltaram com apenas uma mudança. No entanto, enquanto a Seleção mantinha o ímpeto ofensivo, a Jamaica começou a se encontrar dentro da partida. Antes dos dez minutos da etapa final, Jody Brown conseguiu achar um passe entre as linhas brasileiras para a atacante Primus, que teve o chute interceptado. Minutos depois, a própria Brown recebeu dentro da área e finalizou para fora.

Observando a crescente das adversárias, Arthur Elias tratou logo de mexer e colocar as jogadoras mais aguardadas pela torcida. Mas, antes mesmo de Marta e Cristiane entrarem, a bola parada do Brasil fez efeito. Após cobrança de escanteio, Gabi Nunes cabeceou para defesa de Schneider. No rebote, Jheniffer encheu o pé para ampliar o placar. O coro foi ainda maior quando as estrelas deram o primeiro passo no gramado.

Os ânimos da partida foram se acalmando e a Seleção, aos poucos, retomando o controle. Até mais um momento apoteótico. Aos 33 minutos, Cristiane recebeu dentro da área, fez o pivô e deixou Jheniffer bater colocado para marcar seu segundo gol no jogo, o terceiro do Brasil.

Seis minutos depois, falta na entrada da grande área. Quando Marta se preparou para a cobrança, os gritos tomaram conta do estádio. Mais bonito que a festa da torcida foi a finalização da camisa 10, sem chances para a goleira jamaicana, que só viu as redes balançarem: 4×0.

A Seleção Brasileira não pensou em parar e empilhou chances de alargar a goleada. No entanto, nem mesmo após os quatro minutos de acréscimo, Salvador conseguiu comemorar o quinto gol. O que não incomodou nem um pouco os baianos, que levantavam os celulares e entoavam em um mesmo canto: “Eu sou brasileiro com muito orgulho, com muito amor”.

FICHA TÉCNICA

Brasil 4 X 0 Jamaica – Amistoso

Brasil: Natascha; Bruninha, Tarciane (Antonia), Rafaelle e Yasmim; Duda Sampaio, Lais Estevam (Brena), Debinha (Marta) e Byanca Brasil (Jheniffer); Gabi Nunes (Cristiane) e Gabi Portilho (Ludmila). Técnico: Arthur Elias.

Jamaica: Sydney Scheider, Tiffany Cameron (Simmonds), Allyson Swaby (Konya Plummer), Chantelle Swaby e Deneisha Blackwood; Peyton McNamara (Drew Spence), Vyan Sampson, Naya Cardoza e Atlanta Primus; Kayla McKenna (Solai Washington) e Jody Brown (Amelia Van Zanten). Técnico: Hubert Busby

Gols: Debinha, aos 6 minutos do primeiro tempo; Jheniffer, aos 18 e aos 33 e Marta aos 39 do segundo tempo

Local: Arena Fonte Nova

Público: 31.547 pagantes

Renda: R$ 877.514,00

Arbitragem: Emikar Calderas (VEN), auxiliada por Migdalia Rodriguez (VEN) e Nancy Fernandez (PAR). No VAR, Jesica Salomé di Lorio (ARG)

Jogadoras da seleção em comemoração do gol de Debinha Crédito: Paula Fróes/CORREIO

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