O vice-prefeito de Salvador, Bruno Reis, deve deixar o MDB nos próximos dias, o que leva a crer que o prefeito ACM Neto (DEM) pode não contar mais com a sigla na chapa majoritária caso venha de fato a disputar as eleições de outubro contra o governador Rui Costa (PT). A desfiliação de Reis e seu provável retorno ao DEM não foi confirmada oficialmente, mas políticos da cozinha do Thomé de Souza dão como certo o movimento.
Nesta terça-feira, 27, um dos deputados estaduais de maior musculatura do MDB, Leu Lomanto Jr. anunciou a saída do partido, logo após David Rios e Luciano Simões Filho. O atual presidente do partido, Pedro Tavares, que assumiu o cargo após o escândalo envolvendo os irmãos Vieira Lima, no caso do “bunker” de R$ 51 milhões, também deve deixar a legenda, segundo informações que circularam na imprensa nesta terça-feira.
Em comunicado à imprensa, Leur Lomanto alega que “diante do quadro de reavaliação do cenário político, em todo o País, a sua saída do MDB tem como objetivo vislumbrar uma nova caminhada política”. Leur é candidato à vaga na Câmara dos Deputados.
Mas fato é que a debandada do MDB ocorre após Lúcio Vieira Lima se negar a deixar a legenda, o que teria a finalidade de “limpar” a imagem do partido para o “bunker” não respingar nos correligionários e na provável candidatura de ACM Neto. Semana passada, o presidente do PSDB baiano, João Gualberto, disse que não faria aliança na majoritária caso Lúcio ficassem no partido. Daí porque a saída de Reis é indicativa de que Neto já não conta com o MDB na majoritária. O partido, contudo, tem bom tempo de TV e generoso fundo partidário – pontos definidos pela representação da sigla na Câmara Federal.
O que se comenta nos bastidores é que tanto Leur quanto Pedro Tavares, pela proximidade com Lúcio, apelaram para que saísse do partido e deixasse o comando com eles. Em troca garantiriam ajuda para que se elegesse. Lúcio, contudo, teria sido enfático de que não deixaria o partido. Lúcio, que é alvo do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, e também tem nome citado nas investigações da Operação Tesouro Perdido, na Lava Jato, tem por objetivo conseguir eleger-se para garantir foro privilegiado.