Cerca de quatro mil metros de cabos da rede elétrica foram furtados nos últimos três meses em Salvador, de acordo com registros da prefeitura. O maior interesse dos infratores é por redes subterrâneas nas grandes avenidas da orla marítima, no período da noite. A ação criminosa causa danos avaliados em R$ 500 mil/ano para o município, devido a gastos extras para reconstituição de materiais elétricos furtados.
No final de março, um homem e uma mulher grávida foram presos por tentar roubar fios de cobre em Ondina. Há cerca de dois meses, um homem caiu na linha do metrô e sofreu queimaduras após tentar roubar o cabeamento elétrico na Estação Tamburugy, na Av. Paralela. Esses casos recentes ilustram um problema de ordem pública e sinalizam a atenção de órgãos competentes para a situação.
A Diretoria de Serviços de Iluminação Pública (Disp), vinculada à Secretária Municipal de Ordem Pública (Semop), informou em nota, que o volume de material furtado nas grandes avenidas resultou no prejuízo de pouco mais de R$ 80 mil aos cofres municipais.
Júnior Magalhães, à frente da Disp, informou que cerca de R$ 50 mil são gastos por mês em obras e materiais para reconstituição dos serviços. Segundo Magalhães, a maioria dos apagões são originados por furtos a fiação elétrica. “Já tivemos caso de um apagão em uma rede de 500 metros na orla. É um problema que acaba envolvendo vários setores. Envolve a sinalização de trânsito, que fica comprometida, a segurança da população com risco de acidentes e de assaltos, além do risco à própria pessoa que comete o furto”, aponta o gestor.
Segundo dados da Disp, o órgão recebe até cinco notificações diárias de danos à fiação, e o número aumenta para oito ocorrências nos finais de semana. A Semop relata que a maior parte dos furtos acontecem à noite, com auxílio de armas brancas e pedras. A maior incidência de furtos ocorre nas grandes avenidas, como Mário Leal Ferreira (Bonocô), Tamburugy (Patamares), Luís Viana Filho (Paralela), Orlando Gomes (Piatã), Via Expressa da Baía de Todos-os-Santos, região da praça da Bíblia (Av. Vasco da Gama) e estações do metrô, como Tamburugy e Mussurunga.
Receptadores
Após o roubo, a fiação é descascada e queimada para ser vendida em ferros-velhos com valor aproximadamente de R$ 10 por quilo de cobre extraído. “Estamos fazendo um mapeamento de locais e pessoas que receptam esse tipo de material”, destaca Magalhães.
Redes subterrâneas são os principais alvos para os furtos. Como medida preventiva, a Disp tem feito o rebaixamento das redes. Durante a reconstrução é cavada uma profundidade maior que a habitual e é forrado com concreto. Ainda assim, acontece a violação do suporte e o ataque a iluminação pública.
Os materiais devolvidos pela polícia costumam estar queimados ou em quantidade menor do que a que foi retirada. “Estamos buscando a parceria entre a Guarda Municipal e a Polícia Civil, pois é importante que esses infratores sejam pegos no ato, só assim poderemos ter o prejuízo minimizados”.