A chuva de meteoros Orionídeas (Orionids, em inglês) alcança seu pico de atividade nesta semana, entre as noites de 21 e 23 de outubro, e promete um verdadeiro espetáculo no céu brasileiro. A visibilidade será excelente em todo o território nacional, especialmente entre a meia-noite e o amanhecer. A informação é do Observatório Nacional, instituição vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Informação (MCTI).
Segundo o astrônomo Marcelo De Cicco, coordenador do Projeto Exoss, parceiro do Observatório Nacional (ON/MCTI), a Orionídeas é conhecida por meteoros rápidos e brilhantes, que podem atingir 66 quilômetros por segundo. “Eles costumam deixar trilhas luminosas no céu, criando um efeito visual impressionante”, explica.
O fenômeno leva o nome da constelação de Órion, o Caçador, ponto do céu de onde os meteoros parecem se originar, próximo à estrela Betelgeuse. No entanto, os rastros podem surgir em qualquer direção. De acordo com o Exoss, “todo o Brasil pode observar. O radiante em Órion é visível de norte a sul, com leve vantagem no Norte e Nordeste, onde ele sobe mais alto”.
O pico da chuva coincide com a Lua Nova, apenas 2% iluminada, o que garante um céu escuro e ideal para observação. Sob condições perfeitas, será possível ver de 15 a 20 meteoros por hora.
Ligação com o cometa Halley
As Orionídeas são formadas pelos detritos deixados pelo cometa Halley, que passa pela Terra a cada 75 a 76 anos. Quando nosso planeta cruza a trilha de partículas deixadas por ele, esses fragmentos entram na atmosfera e queimam, produzindo os traços luminosos observados no céu.
O período de atividade da Orionídeas vai de 2 de outubro a 12 de novembro, quando a Terra atravessa a parte mais densa desses detritos. Essa é uma das duas chuvas de meteoros criadas pelo cometa Halley — a outra é a Eta Aquarídeas, que ocorre em maio.
Como observar o fenômeno
Para acompanhar o espetáculo, não é necessário equipamento especial. O ideal é procurar um local escuro e afastado das cidades, longe da poluição luminosa. Basta olhar para o céu aberto e permitir que os olhos se acostumem à escuridão. O tempo limpo e sem nuvens é essencial para uma boa observação.
As chuvas de meteoros ocorrem quando a Terra atravessa zonas de detritos deixadas por cometas. Os fragmentos — chamados meteoroides — variam de grãos de poeira a pequenas rochas que, ao entrar na atmosfera, se aquecem e queimam, produzindo o rastro brilhante visível a olho nu.
Além do encanto visual, esses fenômenos têm valor científico. O estudo das chuvas de meteoros permite mapear a quantidade e o período de penetração de detritos na Terra, o que ajuda na proteção de satélites e naves espaciais. Também fornece pistas sobre a formação do Sistema Solar, por meio da análise das propriedades dos cometas.
Sobre o Projeto Exoss
O Exoss, apoiado pelo Observatório Nacional (ON/MCTI), é uma rede colaborativa dedicada a estudar a origem e as trajetórias dos meteoros. O grupo mantém estações de monitoramento em diferentes estados, incluindo o Observatório Astronômico do Sertão de Itaparica (OASI), em Itacuruba (PE), e a sede do Observatório Nacional, no Rio de Janeiro.