quinta-feira, 21 novembro, 2024

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Com ida para o Avante, Carletto vislumbra vaga no Senado em 2026

Carletto quer disputar a vaga que hoje é de Ângelo Coronel, que se afastou do grupo governista em 2022

O ex-deputado federal Ronaldo Carletto trocou o Progressistas (PP) pelo Avante nas últimas semanas, após não conseguir consenso para assumir a presidência estadual de sua antiga sigla. Em uma movimentação que contou com o apoio do governo de Jerônimo Rodrigues (PT), o ex-parlamentar assume a liderança local de sua nova legenda e passa a vislumbrar uma vaga na chapa majoritária do grupo governista em 2026.

A ideia de Carletto, alimentada pela articulação política do governo estadual, é ser um dos candidatos ao Senado nas próximas eleições estaduais, quando dois senadores serão eleitos pela Bahia. Ele ficaria com a vaga que hoje é do senador Ângelo Coronel (PSD), que se afastou do grupo governista em 2022, ao praticamente se ausentar da campanha pela eleição de Jerônimo.

Para o governo estadual, Carletto é visto como um aliado mais leal do que Coronel. Mesmo o senador Otto Alencar (PSD) não estaria disposto a comprar a briga do colega de partido. Além disso, a sinalização por um espaço na chapa majoritária teria sido uma cobrança do ex-deputado do Progressistas.

“Pouca gente está dando atenção ao Avante com Carletto. Ele vem para disputar vaga na majoritária, no Senado”, afirmou uma fonte do A Tarde ligada à Secretaria Estadual das Relações Institucionais (Serin). “Ele veio a peso de ouro”, avaliou.

Carletto quer ver o Avante como o novo integrante do antigo “teodolito” governista, substituindo o Progressistas, que deixou o grupo em março de 2022 e retornou para o “fim da fila” neste início de gestão de Jerônimo Rodrigues. Para isso, o ex-parlamentar deseja levar para sua sigla alguns deputados estaduais e pelo menos 20 prefeitos. O desempenho da legenda nas eleições municipais do próximo ano é vista como decisiva para o alcance do objetivo.

O PP ainda tenta retomar espaço no governo do estado e espera chegar forte para disputar um espaço na majoritária em 2026. Mas as sinalizações de Jerônimo e de sua equipe de articulação são claras: quem se manteve ao lado do grupo governista nas últimas eleições têm prioridade sobre quem chegou apenas após a vitória.

Naturalmente, uma das vagas do grupo governista deve ficar com o senador Jaques Wagner (PT), caso ele deseje se manter no cargo. Se não ficar, algum outro quadro do PT deve assumir a candidatura, sobrando apenas uma outra vaga para os demais partidos. Como o MDB à princípio tem a vice, com Geraldo Jr., e o PSD já tem Otto no Senado, o último posto estaria em aberto para os pleitos de novos e velhos aliados.

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