Adriele Silva, 27 anos, mora em Santo Antônio de Jesus, no Recôncavo. Está em busca de emprego há pouco mais de um ano. Ela tem ensino médio incompleto. Sua renda atual vem especialmente do auxílio do governo federal, que recebe por conta da filha de 9 anos, além da ajuda de familiares e diárias que esporadicamente consegue fazer como garçonete em bares da cidade.
As angústias e incertezas vividas diariamente pela jovem por conta do desemprego também estão presentes no dia-a-dia de 15,5% da população baiana em idade ativa – 1,1 milhão de pessoas –, de acordo com o último levantamento da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC/IBGE), referente ao segundo trimestre de 2022.
Entre 2012, quando a pesquisa começou a ser realizada, e 2021, o estado perdeu quase 200 mil postos de trabalho. No mesmo período, a taxa de desemprego passou de 10,8% da população para 17,3% em 2021. Em final de 2020, o desemprego chegou 20,7% do total, o que representava que um em cada cinco trabalhadores estava fora do mercado.
Os dados mais recentes revelam que o estado se manteve no topo do ranking de pessoas desocupadas, posição em que permanece initerruptamente desde o 2º trimestre de 2019. Antes disso, segundo série histórica da mesma PNADC, iniciada no 1º trimestre 2012, a Bahia esteve sempre se revezando no ranking do desemprego com os estados do Amapá e do Rio Grande do Norte.
Ranking do desemprego
Taxa de desemprego nos estados brasileiros (em %)
Média nacional 11,1
- Santa Catarina 4,3
- Mato Grosso 5,9
- Mato Grosso do Sul 6,4
- Rondônia 6,8
- Paraná 7
- Rio Grande do Sul 8,1
- Goiás 8,7
- Roraima 9,2
- Minas Gerais 9,4
- Tocantins 9,6
- Espírito Santo 9,8
- Pará 11
- Ceará 11,1
- São Paulo 11,1
- Piauí 11,9
- Distrito Federal 12,1
- Rio Grande do Norte 12,7
- Paraíba 13
- Amazonas 13,1
- Acre 13,2
- Maranhão 13,4
- Rio de Janeiro 14,2
- Alagoas 14,5
- Sergipe 14,5
- Pernambuco 17,1
- Bahia 17,3
- Amapá 17,5
Fonte: IBGE – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua trimestral