sábado, 23 agosto, 2025

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Com pandemia, mais da metade das mulheres perderam emprego

Os impactos da pandemia de Covid-19 na economia brasileira resultaram numa participação feminina no mercado de trabalho ainda menor. De acordo com a pesquisa Pnad Contínua, do IBGE, 8,5 milhões de mulheres haviam deixado seus postos no terceiro trimestre de 2020 na comparação com o mesmo período do ano anterior, resultando num percentual de 45,8% delas em postos de trabalho, o pior resultado desde 1990. A pandemia teve efeitos no mercado de trabalho em geral, mas a população feminina claramente sofre de maneira desproporcional. Na comparação com o primeiro trimestre de 2020, o período analisado teve um aumento de 11,2 milhões de pessoas fora de postos de trabalho, sendo que 7 milhões delas foram mulheres.

Como justificativa, especialistas citam desigualdades estruturais, que antecedem a pandemia e são agravadas por ela. Em entrevista à Folha de S. Paulo, a economista Diana Gonzaga aponta que grande parte dos cuidados da casa e dos filhos caem sobre as mulheres, que ainda precisam enfrentar as questões que afetam todos os grupos. Esse fator é agravado pela falta de planejamento para reabertura de creches e escolas. Outro fator que deve ser considerado é o auxílio emergencial, que permitiu que homens e mulheres ficassem fora de seus postos de trabalho. O fim do benefício teve impacto: de acordo com a Pnad Contínua, cerca de 2,7 milhões de brasileiros deixaram a inatividade até novembro, quando o auxílio emergencial foi cortado pela metade. Ainda não há há dados com distinção de gênero. Com informações da Folha de S. Paulo e do portal InfoMoney.

 

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