quinta-feira, 8 maio, 2025

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Depois de derrubar Trindade, Wagner deve eliminar Robinson a fim de viabilizar o nome de Geraldo Jr. à Prefeitura

Quem quer que prive da amizade ou do círculo de relações próximas do senador Jaques Wagner (PT) vinha acumulando três impressões muito claras em relação à posição do líder petista sobre a sucessão municipal de Salvador.

A primeira era a de que ele não gostaria de ver de modo algum prosperar a candidatura de José Trindade (PSB), por causa dos vínculos de proximidade entre o presidente da Conder e o ministro chefe da Casa Civil, Rui Costa.

Como se sabe – ainda que não se tenha conhecimento exatamente de que lado ou de onde a birra vem se estendendo -, Wagner e Rui têm vivido um pinimba interpessoal daquelas de dar gosto.

A segunda intenção de Wagner era impedir que o PT encabeçasse a candidatura à Prefeitura de Salvador, exatamente para que o partido não se expusesse numa disputa em que a condição de favorito do prefeito Bruno Reis (União Brasil) é muito difícil de superar.

A terceira e mais surpreendente intenção do senador seria fazer com que brotasse no lugar dos dois nomes de confiança do grupo governista a candidatura do vice-governador Geraldo Jr., do MDB. E como algo natural.

O primeiro objetivo de Wagner parece ter sido atingido. Desde hoje à tarde, Trindade não é mais candidato a prefeito no time do governo.

E, para isso, colaborou imensamente a estratégia do senador de, mesmo não querendo que o PT lidere a chapa ao Thomé de Souza, ter incentivado o lançamento do deputado estadual petista Robinson Almeida como candidato do partido.

Como se sabe também, desde as primeiras conversas da cúpula do grupo governista sobre a disputa da Prefeitura de Salvador a ideia da unidade sempre esteve presente, envolvendo exatamente o nome de Trindade como aquele preferido por Rui.

Faltava apenas definir o partido pelo qual ele deveria concorrer, o que, num dado momento, pareceu ser o próprio PT. Agora que atingiu o objetivo de tirar o candidato de Rui da pista, Wagner precisa concluir a segunda manobra.

Mas ela só poderá ser executada se ele conseguir eliminar a pretensão, agora aparentemente consolidada, de Robinson Almeida de concorrer. Como o senador fará isso, ninguém sabe ao certo, embora não se deva esperar muito até que sua preferência por Geraldo Jr. fique evidente e viabilize o seu nome no grupo.

O que passou a ligar os interesses do senador aos do vice-governador ainda é uma incógnita. E como muitos fatos que cercam Wagner, é possível que nem o tempo esclareça.

Foto: Divulgação

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