O Novembro Azul é dedicado à conscientização sobre a saúde do homem e ao diagnóstico precoce do câncer de próstata, o segundo tipo mais comum entre homens brasileiros, atrás apenas do câncer de pele. O exame de sangue PSA (Antígeno Prostático Específico) é um importante aliado na detecção da doença, mas não deve ser o único: entre 15% e 20% dos casos não são identificados apenas por esse teste.
Segundo o urologista e professor da Afya Guanambi, Marcelo Tomás Carvalho, o PSA é uma proteína produzida pela próstata e detectada no sangue. “Quando há alterações no órgão, como inflamações, aumento benigno ou presença de câncer, os níveis do PSA podem se elevar. No entanto, nem todo câncer altera o PSA, por isso o exame de toque retal continua sendo essencial”, explica.
O especialista destaca que o rastreamento deve combinar o exame de sangue e o toque retal, iniciado aos 45 anos para homens negros ou com histórico familiar da doença, e aos 50 anos para os demais. “O toque permite avaliar o tamanho, a consistência e possíveis nódulos na próstata. Em conjunto com o PSA, ele aumenta significativamente a precisão do diagnóstico precoce”, ressalta o médico.
Diagnóstico precoce salva vidas
Diferente de outras doenças, o câncer de próstata não pode ser prevenido, mas o rastreio regular é o que garante maior chance de cura. “Quando detectado em fase inicial, o tratamento é menos invasivo e tem taxas de sucesso que ultrapassam 90%”, reforça Dr. Marcelo.
Ele também chama atenção para a saúde mental masculina, fator que influencia diretamente no autocuidado. “Muitos homens ainda têm dificuldade em buscar ajuda médica, seja por medo, vergonha ou por negligenciar a própria saúde. Essa resistência pode atrasar o diagnóstico e comprometer o tratamento”, afirma.
O médico ressalta que cuidar da saúde física e mental é um ato de responsabilidade. “Cuidar da saúde não é sinal de fraqueza, e sim de compromisso com a própria vida e com a família. Consultas de rotina, alimentação equilibrada e prática de exercícios são formas de se proteger e viver melhor”, diz o especialista.
Estilo de vida e formação médica
Além da herança genética e da idade, hábitos alimentares também influenciam no surgimento da doença. “O consumo excessivo de alimentos gordurosos pode estar relacionado a um maior risco de desenvolver o câncer de próstata. Manter o peso adequado, evitar o tabagismo e reduzir o consumo de bebidas alcoólicas também são medidas importantes”, orienta o urologista.
Como professor da Afya Guanambi, Dr. Marcelo também enfatiza a importância da formação de novos profissionais conscientes. “Os espaços de aprendizado prático permitem que futuros médicos compreendam a importância do acolhimento, da prevenção e do cuidado integral com a saúde do homem”, destaca.
