terça-feira, 15 outubro, 2024

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Escola na Cidade Baixa prepara bandeirão da Copa

Alunos do Centro Educacional Santa Rita participam de projeto pedagógico e costuram bandeira que já tem 1,4km

Faltam 100 dias para a Copa do Mundo. No dia 14 de junho, a bola rolará para a primeira partida do maior evento de futebol do mundo, entre Rússia e Arábia Saudita. A mais de 10 mil quilômetros de Moscou, uma pequena escola no bairro de Roma, na Cidade Baixa, já vive o clima de ansiedade para o Mundial.

Professora do Centro Educacional Santa Rita, Maria José Barreto Costa, ou simplesmente pró Lia, 74 anos, mantém uma tradição viva. Desde 1986, ela e seus alunos costuram um bandeirão com as cores do Brasil em todas as edições da Copa. Através do ensino, ela tenta contagiar as crianças e adolescentes da escola. “Sempre fui louca pela Copa.

Pra mim, o Brasil tinha que ganhar sempre”, brinca a professora, que tem um motivo além do fanatismo para coordenar a iniciativa.

“Esse é um dos melhores projetos pedagógicos. Na Copa, cada série fica com um país. Eles aprendem tudo sobre os países, sempre comparando com o Brasil. É bom porque, além de dominar informações sobre um local, como cultura, costumes, moeda, eles percebem que o Brasil tem muitas coisas melhores que os outros países. Quero que eles desenvolvam amor pelo Brasil, respeitem a bandeira. Aqui tem muita coisa bonita e a gente não dá valor”, explica pró Lia.

Na divisão de tarefas, os alunos do ensino fundamental ficam com o Brasil, e os do ensino médio estudam os demais países da Copa.

A atividade, além de geografia, engloba outras disciplinas, como matemática. “A gente
calcula comprimento e largura da bandeira, usamos gráficos e estatísticas, velocidade da bola, área da bola. Eles adoram falar de saldo de gols, que é legal para ensinar a trabalhar com números positivos e negativos. É uma forma lúdica de ensinar”, explica o professor Nilton Júnior.

Além das atividades em sala, os alunos confeccionam uma enorme bandeira com as cores do Brasil. Hoje, o tecido mede 1,4km de comprimento. “Na Copa passada fizemos um de 2,5km, mas perdemos boa parte com as chuvas. Aqui as crianças costuram com a gente. Tive essa ideia porque, além de tirá-los do caminho ruim, é uma forma de quebrar o machismo. Os meninos costuram e adoram. Os que tem vergonha, acabam perdendo quando veem os colegas costurando”, conta Lia.

Um dos garotos que aprenderam a costurar é Felipe, de 14 anos. “É bem fácil. Minha mãe também adorou, porque ela tem uma loja de roupas. Pode até ser que um dia eu ajude ela e a gente trabalhe juntos”, considera o garoto. Ao fim do projeto, no dia 2 de junho, os alunos desfilarão da escola até o Bonfim com a bandeira.

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