segunda-feira, 23 dezembro, 2024

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Evidências de cartel na venda de combustível irritam consumidores

Os motoristas de Salvador foram surpreendidos nesta quarta-feira, 2, com nova alta nos preços dos combustíveis nos postos da cidade. A gasolina, por exemplo, passou a ser vendida na maioria dos estabelecimentos por, em média, R$ 4,599. Resultado: correria para os postos que ainda mantinham os preços na casa de R$ 3,899 ou menos. “Cartel!”, brandava o bancário André Piccinini, revoltado com o alto valor do produto, “diante da baixa renda per capita da população nordestina”.

O bancário ainda conseguiu abastecer em um posto no bairro do Stiep que ainda não tinha elevado o preço, pelo menos, não até esta quarta. Ali perto, a avenida Tancredo Neves, centro comercial de Salvador, enfrentava um congestionamento gerado pela fila de motoristas para um posto que vendia o produto por R$ 3,89. E o discurso, de revolta, dos consumidores era o mesmo: “Só pode ser cartel!”.

O presidente do Sindicato dos Postos de Combustíveis da Bahia (Sindicombustíveis-BA), Walter Tannus, diz que as flutuações de preços do produto no estado não são resultado de um cartel de postos, “mas da nova política dolarizada de preços da Petrobras, incompatível para uma economia em real”. Tannus defende que a sociedade direcione os protestos para a estatal, que detém monopólio na venda.

“Nos últimos 40 dias, os preços da gasolina subiram mais de 20% para as distribuidoras e do diesel, 25%”, disse. “Ninguém quer isso: nem o consumidor, nem o empresário de posto”, completou, alegando que alguns estabelecimentos já fecharam  no interior

No caso do aumento específico desta quarta, o presidente do Sindicombustíveis justificou. “Diante da queda no consumo, muitos empresários resolveram sacrificar suas margens de lucro e realizar promoções, até que se esgotaram as condições de sustentação e voltou-se a praticar os preços baseados na nova política da Petrobras”, disse ele, sem se referir ao comportamento  que ocorria na cidade antes mesmo da nova política da Petrobras.

A  estatal alega que  tem sido a única forma de se proteger das flutuações de preço no mercado internacional. O governo ficou de apresentar uma opção, mas até agora somente o consumidor tem razões para reclamar.

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