quinta-feira, 21 novembro, 2024

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Exposição: “Sobre Viventes” — arte para refletir, admirar e se indignar

Questões contemporâneas e urgentes como os impactos do desmatamento, do agronegócio e da extração de minério são os eixos temáticos da mostra ‘Sobre Viventes’, em Salvador, no foyer da Casa do Comércio e na Assembleia Legislativa da Bahia, no CAB. Expõem: os pintores Rose Fernandes e Valdeci Primo (de Guanambi), o escultor Jota Vieira (Carinhanha), e a fotógrafa Dina Salvador (de Portugal, radicada na Bahia). Ambas gratuitas, reúnem fotos, imagens e esculturas de artistas de procedências diferentes e viés comum — a educação ambiental. Os quatro já apresentaram trabalhos em galerias internacionais, com ótima receptividade.

Com 53 obras, ‘Sobre Viventes’ tem dois recortes complementares. Num deles, o Histórias Flutuantes, as fotos de Dina Salvador e as esculturas de Jota Vieira apresentam o dia a dia dos pescadores dos Rios São Francisco e Paraguaçu, respectivamente, no Centro Oeste e no Recôncavo Baiano. Num horizonte de diferentes técnicas, cores e nuances, tudo se torna bom de ser mostrado e bom de ser visto. “Queremos divulgar olhares sobre a beleza e a fragilidade de alguns dos muitos patrimônios humanos e naturais que estão desaparecendo, de forma galopante, dia após dia. A beleza atrai e pode estimular o desejo de as pessoas protegerem esses bens, se indignando e saindo da zona de conforto”, resume Dina.

Foi contemplando a natureza e as belezas de coisas simples do interior da Bahia e transformando suas percepções obras de madeira e argila que o escultor Jota Vieira atravessou 30 anos de carreira e chegou a exposições em galerias francesas. Na arte, encontrou o caminho para chamar a atenção à destruição das riquezas no entorno do São Francisco, o rio que banha a cidade sertaneja de Carinhanha, na qual ele nasceu.

Amazônia: o outro recorte da mostra

Em Amazônia — o recorte complementar da exposição ‘Sobre Viventes’, são lançados olhares sobre as pinturas de Rose Fernandes e as fotografias de Valdeci Primo. Uma imersão na fauna, na flora e na ancestralidade do Norte do Brasil. Nelas, os dois artistas plásticos, com diversas apresentações na Europa, homenageiam os povos amazônicos e as comunidades ribeirinhas que têm na natureza sustento, esperança e tradição.

Na Casa do Comércio ou na Assembleia Legislativa, através de histórias diferentes, os quatro artistas tentam provocar reflexões sobre uma contradição nacional permanente: a devastação pelo homem em várias regiões brasileiras, em especial, na Amazônia. Um sacrifício sobretudo para as populações mais pobres, os animais e as plantas.

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