sábado, 2 agosto, 2025

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Falta de bandeira e prancha gasta: salva-vidas reclamam de condições de trabalho

Prefeitura afirma que novos equipamentos já foram comprados

A maioria das praias entre o Jardim de Alah e Ipitanga, em Salvador, está com a bandeira amarela nesse inverno, mas algumas regiões deveriam estar com a bandeira vermelha. O motivo de os salva-vidas não usarem a sinalização adequada, que avisa para os banhistas que aquela é uma região de perigo, é porque não tem.

Eles contaram que alguns equipamentos estão em falta e os que estão em atuação apresentaram avarias pelo tempo de uso. O número de afogamentos cresceu 15% na cidade, na comparação com 2020, e esse aumento tem preocupado os profissionais. A prefeitura disse que sabe das necessidades da categoria e que já deu início a compra de novos equipamentos. Parte do material já está com o município.

Quando alguém está se afogando, o salva-vidas que corre para o mar leva algum objeto nas mãos. Alguns carregam uma prancha, porque ela ajuda o profissional a se aproximar mais rápido da vítima. Outros colocam as nadadeiras logo ao entrar na água, porque elas facilitam a movimentação, e há quem escolha levar a cinta, uma espécie de boia que ele prende em volta da vítima para agilizar o resgate.

Um dos trabalhadores, que pediu para não ser identificado, contou que a escolha deveria ser pessoal. “Cada profissional usa o equipamento que se sente mais à vontade, que se sente mais seguro para fazer o resgate. Deveria ser assim, mas como os equipamentos estão muito danificados pelo tempo de uso, estamos escolhendo o que tem disponível”, disse.

O CORREIO encontrou nos postos dos salva-vidas algumas pranchas que estavam se desmanchando pelas bordas e outros equipamentos desgastados. Profissionais relataram, também, que existem abrigos em que não há telhados para proteger da chuva e do sol, e que não recebem um novo fardamento há dois anos.

Novos equipamentos

Em nota, a Secretaria Municipal de Ordem Pública (Semop), órgão ao qual a Coordenadoria de Salvamento Marítimo (Salvamar) está vinculada, informou estar ciente dos problemas e encaminhou imagens de alguns equipamentos que já chegaram, como novas pranchas.

“A pasta já deu início a requalificação e a compra de novos materiais. Alguns equipamentos já chegaram e estão chegando mais. O fardamento também está sendo providenciado via Semge (Secretaria Municipal de Gestão). Ainda informamos que, em conjunto com a Secult (Secretaria Municipal de Cultura e Turismo), estamos realizando a requalificação dos 14 mirantes distribuídos na orla”, diz a nota.

A Semop disse, também, que desenvolve ações sociais de conscientização da população sobre o uso do mar. No último sábado (28), a Salvamar esteve no bairro de Alto de Ondina realizando um curso-treinamento de prevenção. “Esse treinamento irá se estender em outros bairros da cidade e outros projetos também estão sendo elaborados e programados”, aponta a nota.

Salvador tem registrado crescimento no número de afogamentos este ano. Entre janeiro e julho, a Salvamar registrou 340 ocorrências. No mesmo período do ano passado foram 288 situações. O aumento foi de 15% na comparação. O número de vítimas fatais também aumentou de dois para cinco casos.

Em agosto, eram 44 ocorrências, mas o número subiu após a morte de Reinan Dias, 24 anos, que se afogou na praia de Amaralina, no último domingo (29). A recomendação dos especialistas é para que a população evite entrar no mar após ingerir bebida alcoólica, dê preferência a locais onde há salva-vidas e mantenha as crianças sempre por perto.

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