Com curadoria voltada à valorização de narrativas indígenas, negras e regionais, o Festival Cine73 anuncia os filmes selecionados para sua terceira edição, que acontece de 18 a 20 de setembro, em Caraíva (BA). Gratuito e aberto ao público, o evento reúne exibições, debates, oficinas e encontros com realizadores, consolidando a vila como polo de diversidade e produção audiovisual no sul da Bahia.
A vila de Caraíva, em Porto Seguro (BA), recebe entre os dias 18 e 20 de setembro a terceira edição do Festival Cine73, evento que vem se consolidando como uma das principais plataformas de exibição e formação da produção audiovisual do sul e extremo sul da Bahia. Com o lema “Mostre sua visão. Compartilhe sua história”, o festival bateu recorde de inscrições: foram 196 curtas-metragens enviados de 24 estados brasileiros, revelando a força da produção independente nacional.
A programação inclui exibições gratuitas, oficina de formação, rodas de conversa com cineastas e educadores, além de atividades com escolas locais. As sessões principais acontecem sempre a partir das 17h, na Praça da Igreja de Caraíva, seguidas de debates abertos ao público.
Três mostras, múltiplas vozes
Dividido em três mostras temáticas — Povos Indígenas, Identidade Negra e Cinema Regional 073 — o festival destaca narrativas que exploram territórios, memórias e identidades.
- Mostra Povos Indígenas (curadoria de Ramon Rafaello):
Tukum (BA), Pataxó Txihi Aponãhi (BA), Vípuxovuko – Aldeia (MS), Fua, o sonho (RS), Maria Piauí (CE) e Baka Kariri-Xocó (AL). - Mostra Identidade Negra (curadoria de JV Santos):
A Menina Que Queria Voar (BA), Família Nascimento (SP), Vão das Almas (DF/GO), Deixa (RJ), Caluim (BA) e Na Volta eu te Encontro (BA). - Mostra Cinema Regional 073 (curadoria de André Castro Neto):
Jegue Elétrico – 33 anos, Uma Bala, SANKOFA, Busca, Masculinidades Plásticas, CANDINGA – O FILME e Saudade é Reza — todos do sul e extremo sul da Bahia.
Filmes convidados ampliam o diálogo
Além dos curtas selecionados, o festival contará com exibições de filmes convidados. O cineasta carioca Clementino Junior, fundador do Cineclube Atlântico Negro, apresenta três obras: Punhal (2025), Curai-vos (2020) e Tião (2016). A cineasta Pataxó Vih Tanawara, do Território Indígena Barra Velha (BA), exibe a animação Nossa Senhora, a Maramassá e o Siri (2020). Outro destaque é a estreia de Teias da Terra (2025), de Nayara Domingos, dedicado às mulheres Pataxó e seus saberes. O longa Quem Cuidará de Mim, dirigido por Dermival Pires, representa a produção regional de Teixeira de Freitas (BA).
Programação diária
Quinta-feira, 18/09
- 17h: Abertura da sala
- 17h30: Início da Mostra Povos Indígenas
- 19h30: Exibição da animação Nossa Senhora, a Maramassá e o Siri, de Vih Tanawara e estreia de Teias da Terra, de Nayara Domingos
- 20h: Roda de conversa com Vih Tanawara, Ramon Raffaello e Nayara Domingos
Sexta-feira, 19/09
- 10h: Roda de conversa com estudantes da Escola Indígena Pataxó Xandó sobre experiências de produção audiovisual no território Pataxó
- 14h30: Roda de conversa com estudantes da Escola Municipal de Caraíva sobre formação universitária e comunicação comunitária
- 17h: Abertura da sala
- 17h30: Início da Mostra Identidade Negra
- 19h30: Exibição de Tião, Curai-vos e Punhal, de Clementino Junior
- 20h: Roda de conversa com Clementino Junior e JV Santos
Sábado, 20/09
- 14h30: Encontro Profissional com Clementino Junior: “Produção Audiovisual: Caminhos e Construção de Narrativas”
- 16h às 17h: Café com Prosa
- 17h: Início da Mostra Regional 073
- 18h30: Exibição do longa Quem Cuidará de Mim, de Dermival Pires
- 19h30: Roda de conversa com Cris Lima, André Castro Neto, André Simião e Dermival Pires
A programação diária inclui rodas de conversa com estudantes da Escola Indígena Pataxó Xandó e da Escola Municipal de Caraíva, além de um encontro profissional com Clementino Junior sobre caminhos da produção audiovisual. No sábado, o festival promove o “Café com Prosa”, momento de convivência entre realizadores e público.
Realizado pelo Caraíva Cineclube e pela produtora Saruê Cultural, o Cine73 conta com apoio de instituições locais como a Associação dos Nativos de Caraíva, o Conselho Comunitário e Ambiental, o Centro Cultural Toca do Gabiru e Savá Cultural, além de pousadas, comércios e moradores da vila.
Mais do que um evento de cinema, o Festival Cine73 se afirma como espaço de escuta, troca e celebração da diversidade. Caraíva, com sua atmosfera comunitária e acolhedora, torna-se cenário de encontros entre culturas e saberes.
A programação completa e informações gerais estão disponíveis no perfil oficial do festival no Instagram: @festivalcine73.