O Ministério da Saúde anunciou a compra emergencial de antídotos para intoxicações por metanol e informou que os produtos serão destinados a estados e municípios para atendimento de vítimas de bebidas adulteradas. A reportagem é de Pedro Peduzzi da Agência Brasil.
O governo pretende adquirir 150 mil ampolas de etanol farmacêutico, além de buscar o fomepizol junto a produtores e agências internacionais, segundo anúncio do ministro Alexandre Padilha em redes sociais.
“Determinamos a compra emergencial de 150 mil ampolas de etanol farmacêutico para reforçar estados e municípios no tratamento de vítimas. A Anvisa também acionou produtores e agências internacionais para adquirir Fomepizol, outro antídoto usado em casos de intoxicação”, postou o ministro.
Na quinta-feira (2), Padilha detalhou ações da sala de situação criada pelo governo federal para monitoramento e coordenação das iniciativas diante dos casos de suspeita e contaminação identificados.
“O Ministério da Saúde estruturou, em parceria com a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), um estoque estratégico em hospitais universitários federais e serviços do SUS com 4,3 mil ampolas de etanol farmacêutico. Além disso, está em andamento a compra emergencial de mais 5 mil tratamentos (150 mil ampolas), garantindo a reposição e distribuição do produto conforme a necessidade de estados e municípios”, informou o ministério.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) fez uma chamada pública para mapear “fornecedores internacionais do fomepizol, medicamento específico para intoxicação por metanol, atualmente não disponível no Brasil”.
A ação envolve contato com as principais agências reguladoras do mundo para identificar produtores do medicamento. O governo também pediu à Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) a doação imediata de 100 tratamentos de fomepizol.
O ministério informou ainda que estuda adquirir mais 1 mil unidades do medicamento por meio da linha de crédito do Fundo Estratégico da Opas, o que poderia ampliar o estoque nacional.
Ao justificar as medidas, Padilha ressaltou que se tratam de ações preventivas. “Nos últimos anos, não ultrapassamos 20 casos por ano, mas temos observado um registro maior no estado de São Paulo. Essas são medidas preventivas do Ministério da Saúde”, disse o ministro.
Até a tarde de quinta-feira (2), o Brasil havia registrado 48 casos suspeitos de intoxicação por metanol, com 11 confirmações laboratoriais pelo Centro de Informações Estratégicas e Resposta de Vigilância em Saúde (Cievs).
O Ministério da Saúde confirmou uma morte por intoxicação por metanol em São Paulo. Outros oito óbitos seguem em investigação — dois em Pernambuco, um na Bahia e cinco em São Paulo.
Intoxicações por metanol costumam ocorrer quando o álcool etílico é adulterado; o tratamento exige antídotos específicos e atendimento rápido para reduzir sequelas e mortes. A ausência de fomepizol no mercado nacional torna críticas ações de importação e coordenação com agências internacionais.