‘Vamos também trabalhar em Brasília para ter o reconhecimento nacional’, disse o governador da Bahia
Durante visita a Itaparica, neste domingo (7), o governador Jerônimo Rodrigues (PT) autorizou a patrimonialização dos festejos em comemoração ao Marco Histórico da Batalha de Itaparica, que conferiu a independência do município de Portugal, há 201 anos.
Por intermédio do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC), o governo da Bahia autorizou a tornar público o início do processo de patrimonialização do Bem Cultural Imaterial dos Festejos Cívicos do 7 de Janeiro, em Itaparica.
“Era aqui em Itaparica que passavam os alimentos do Recôncavo. Aqui era importante ser um local de resistência, e assim foi”, lembrou o chefe do Executivo baiano. “Vamos também trabalhar em Brasília para ter o reconhecimento nacional”, prometeu.
Patrimonialização
O Ipac tornou público o início do processo de patrimonialização, confirmando o certificado de Título de Patrimônio Cultural Imaterial da Bahia ao 7 de Janeiro, em Itaparica. Esta notificação não apenas reconhece a importância cultural do evento, mas também confere uma patrimonialização provisória, colocando o Estado da Bahia como responsável pela salvaguarda desse legado histórico e de sua importância para a independência do Brasil.
“Ao longo dos próximos meses, os técnicos do Ipac e da Secult farão todo um trabalho in loco para a patrimonialização definitiva, ou seja, reconhecendo essa importante festividade, como um patrimônio imaterial cultural. Isso significa um compromisso do Estado com a preservação dessa história e de tudo que aconteceu como uma forma de darmos acesso para todas as gerações, mas sobretudo de fortalecimento das nossas lutas cotidianas por democracia, por inclusão, por direitos”, explicou o secretário da Cultura, Bruno Monteiro.
O Grupo Cultural “Os Guaranis” foi o responsável por solicitar a patrimonialização dos ‘Festejos de Itaparica’, reconhecendo a importância de preservar e transmitir para as gerações futuras o empenho dos itaparicanos na luta pela libertação das terras baianas. “É fundamental dar visibilidade à tecnologia de organização popular, à nossa trajetória, à nossa história. O Estado da Bahia está fazendo questão de reivindicar aquilo, que na história do Brasil, conta e materializa o que nós somos: um povo libertador, que deu origem, de fato, à independência brasileira”, enfatizou a diretora-geral do IPAC, Luciana Mandelli.
História
Em janeiro de 1823, a Batalha de Itaparica resultou na vitória brasileira sobre as tropas portuguesas comandadas pelo Brigadeiro Luís Madeira de Melo. Na época, Itaparica desempenhava um papel crucial no transporte de alimentos, como feijão, milho e farinha, produzidos no Recôncavo, além de servir como ponto estratégico no abastecimento das tropas portuguesas.
Os portugueses, reconhecendo a importância estratégica do local, tentaram tomar Itaparica em várias lutas ao longo de 1822, mas foram duramente repelidos pelo exército patriótico, formado principalmente por populares, caracterizando a marcante participação da população na Guerra da Independência da Bahia.