sábado, 23 agosto, 2025

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Governo avalia reduzir jornada para conter impacto do tarifaço

Equipe econômica também avalia autorizar a suspensão temporária do recolhimento do FGTS e da previdência para socorrer os empresários

Para evitar que os empresários demitam seus funcionários por conta do tarifaço, o governo federal está propondo diversas medidas para proteger o trabalhador.

Em entrevista ao programa “Bom Dia, Ministro”, da EBC, o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, afirmou que a equipe econômica avalia a possibilidade de postergar temporariamente o recolhimento do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) e da previdência para aliviar o caixa das empresas afetadas.

Entre as possibilidades, também se estuda a redução da carga horária de trabalho, como aconteceu na pandemia. Para lidar com o tarifaço, algumas exportadoras já têm implementado férias coletivas.

“Tem possibilidade de postergar o recolhimento do FGTS, postergar recolhimento da previdência. A depender do grau, recorrer a lei do lay-off, redução de jornada, compensação, férias coletivas. Tem um monte de equações que o acordo coletivo pode administrar temporariamente durante essa transição para que a empresa encontre um novo comprador”, disse Marinho.

Na semana passada, o governo federal anunciou o Plano Brasil Soberano com uma série de medidas para socorrer os empresários afetados pela tarifa de 50% dos Estados Unidos.

O plano prevê a criação da Câmara Nacional de Acompanhamento do Emprego para monitorar o nível de emprego nas empresas e suas cadeias produtivas, fiscalizar obrigações, benefícios e acordos trabalhistas, e propor ações voltadas à preservação e manutenção dos postos de trabalho.

Entre as atribuições previstas pela Câmara Nacional de Acompanhamento do Emprego estão:

  • Acompanhar diagnósticos, estudos e informações relativas ao nível de emprego nas empresas e subsetores diretamente afetados pelas tarifas dos EUA.
  • Ampliar a análise para identificar impactos indiretos na geração e manutenção de empregos em empresas da cadeia produtiva.
  • Monitorar obrigações, benefícios e repercussões nas folhas de pagamento decorrentes de acordos para preservar empregos e mitigar os efeitos das tarifas dos EUA.
  • Promover negociação coletiva e mediação de conflitos para manter o emprego.
  • Aplicar mecanismos relacionados a situações emergenciais, como lay-off e suspensão temporária de contratos, dentro da lei.
  • Fiscalizar o cumprimento das obrigações acordadas e a manutenção dos empregos por meio da Inspeção do Trabalho.
  • Utilizar a estrutura regional das Superintendências do Trabalho para engajar trabalhadores e empregadores em negociações para atender às necessidades das empresas afetadas.
  • Monitorar a concessão e o pagamento de benefícios trabalhistas aos empregados das empresas diretamente afetadas.

Foto: REUTERS/Amanda Perobelli

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