O deputado Hilton Coelho (Psol) registrou, na Casa legislativa da Bahia, uma moção de “irrestrita solidariedade” à ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, “diante do lamentável episódio de ataques misóginos e da violência política de gênero” sofridos durante audiência pública da Comissão de Infraestrutura do Senado Federal, ocorrida em 27 de maio de 2025.
Na ocasião, relata o parlamentar, a ministra foi interrompida de forma grosseira, teve seu microfone cortado e foi impedida de exercer o direito de resposta, garantido pelo Regimento Interno da Casa. De acordo com o deputado, as agressões, protagonizadas pelos senadores Marcos Rogério (PL-RO) e Plínio Valério (PSDB-AM), configuram um grave ato de machismo, racismo estrutural e autoritarismo institucional, dirigidos a uma mulher negra, da região amazônica e ministra de Estado.
“É inadmissível que uma ministra, ex-senadora com 16 anos de mandato e ativista das lutas socioambientais, ouça de um senador da República que “deveria se colocar no seu lugar”. Tal conduta revela uma cultura política excludente e patriarcal, onde a palavra da mulher é constantemente deslegitimada, mesmo quando ocupa espaços de decisão e poder”, argumentou o legislador.
Hilton lembra que o episódio ocorre dias após a aprovação do PL 2.159/2021, que desmonta importantes regras do licenciamento ambiental. Em um contexto de retrocessos na agenda socioambiental, diz o deputado, as agressões à ministra simbolizam um ataque não só à sua figura, mas a todas as vozes que defendem o meio ambiente e os direitos das mulheres na política.
“Manifestamos, portanto, nossa total solidariedade à ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, e repudiamos as atitudes dos senadores envolvidos, que devem responder por suas ações. Reafirmamos: lugar de mulher é onde ela quiser — e Marina Silva seguirá ocupando, com a grandeza que lhe é própria, o lugar de liderança conquistado. Marina Silva merece respeito!”, concluiu o autor da moção.