Ele já deixou claro que não vai sair. É bem provável que fique só
Frase da vez
“Solidão: um lugar bom de visitar uma vez ou outra, mas ruim de adotar como morada”
Josh Billings, humorista norte-americano (1818 – 1885).
Foto: Sérgio Lima
Os sucessivos apelos dos aliados de ACM Neto para que o deputado Lúcio Vieira Lima debande do MDB foram em vão. Ele já deixou claro que não vai sair. É bem provável que fique só.
Os deputados estaduais da legenda, Leur Lomanto, Luciano Simões Filho, Hildécio Meirelles e David Rios admitem que vão dar no pé. E Pedro Tavares, o presidente em exercício, o único resistente, dá sinais de que também vai adotar o ‘eu gosto muito de você, mas mais de mim’.
Últimos cartuchos
Aliás, é exatamente esse o princípio que move Lúcio. Ninguém o quer, fugindo do efeito das malas de R$ 51 milhões. Mas querem o MDB, o segundo maior do Brasil, com 55 deputados federais (o PT é o maior, com 58), que por isso tem tempo de tevê e uma fatia dos R$ 860 milhões do bolo do Fundo Partidário que vai a mais de R$ 2 milhões anuais só na Bahia.
Até se falou em liberar o Fundo para Lúcio, já que a lei permite um partido doar para outro. Mas ele conta justamente com a força partidária, incluso o tempo de tevê, para forjar uma coligação de partidecos e com isso tentar se reeleger, e assegurar o foro privilegiado, algo providencial para quem está tão enroscado na Lava Jato (além do Conselho de Ética da Câmara).
Lúcio encontrou-se com ACM Neto no fim de semana, mas nada se falou sobre partido. Até porque ele já havia sinalizado que não ia sair.
Ademais, Temer já disse que é candidato. Na Bahia, o palanque está garantido, ao que parece.
Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.