O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou, na noite desta segunda-feira (15), da abertura da 5ª Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Conapir), em Brasília. A etapa nacional do evento reúne delegados, convidados, observadores e expositores e vai até a próxima sexta-feira (19).
A conferência credenciou cerca de 1,7 mil delegados e cerca de 200 convidados, segundo o Ministério da Igualdade Racial. O encontro não era realizado há sete anos e tem como tema “Igualdade e Democracia: Reparação e Justiça Racial”.
No discurso de abertura, Lula reconheceu avanços em ações afirmativas e inclusão da população negra em programas sociais, mas afirmou que o país segue convivendo com um “racismo de todos os dias” enfrentado pela população negra. “Há um imaginário que insiste em colocar pessoas negras em um único lugar, normalmente no lugar de serviçal, quando não de uma ameaça”, disse o presidente.
Lilia Guerra, que denunciou ter sido acusada de furto em uma pousada após participar da Flip. “Não podemos naturalizar esses absurdos. Não podemos achar normal que uma escritora negra, convidada de um festival literário, seja injustamente acusada de furtar objeto da pousada em que se hospedou”, afirmou.
O presidente criticou ainda a criminalização de jovens negros da periferia, “que continuam a ser alvos preferenciais das forças de repressão”, e classificou o racismo como crime e como uma doença a ser erradicada.
Organização e participação social
A construção da 5ª Conapir foi feita em etapas pelo país, com conferências municipais e estaduais, uma etapa digital e plenárias temáticas. Delegados foram eleitos a partir de segmentos como quilombolas, povos de terreiro, mulheres, juventude negra, população LGBTQIA+ e povos ciganos. A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, ressaltou que “só se constrói política pública de qualidade com o povo e na coletividade”.
Além do presidente e da ministra, autoridades federais e lideranças da sociedade civil participam do evento no Centro de Convenções Ulysses Guimarães. Lula destacou o peso institucional das conferências na formulação das políticas públicas e afirmou que a participação social é “essencial” para tornar as ações governamentais mais assertivas.
* Com infromações da Agência Brasil