quarta-feira, 23 abril, 2025

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Martagão Gesteira realiza primeiro transplante pediátrico de medula óssea da Bahia

Com sumiço do tumor, paciente seguirá sendo acompanhada por hospital e tem restrições de alimentação e contatos social nos próximos meses.

O transplante de medula óssea é um tipo de tratamento proposto para algumas doenças que afetam as células do sangue, como as leucemias e os linfomas. Nas crianças e adolescentes, essas doenças costumam dar sinais e se desenvolver rapidamente. Pensando neste público, o Hospital Martagão Gesteira realizou o primeiro transplante pediátrico de medula óssea da Bahia, através do Sistema único de Saúde (SUS). A paciente recebeu alta nesta terça-feira (27), com bom estado de saúde.

O Hospital Martagão Gesteira, referência em pediatria, passou a realizar o procedimento para crianças e jovens de 0 a 18 anos pelo SUS, onde o novo serviço passa a ser ofertado para a toda a população baiana. “No estado, o transplante de medula óssea (TMO) já era realizado por outras unidades de saúde, mas somente em casos a partir dos 14 anos”, informou a assessoria do Hospital.

O presidente da Liga Álvaro Bahia Contra a Mortalidade Infantil (entidade mantenedora do Martagão), Carlos Emanuel Melo, falou que este transplante é um marco histórico por vários motivos. “O primeiro deles é porque vai no cerne da missão do Martagão Gesteira de fazer justiça social do ponto de vista humanitário, na medida em que o Hospital consegue trazer este procedimento inédito, para uma população de baixa renda, excluída do serviço de saúde privado e que depende exclusivamente do SUS” ressaltou o presidente.

O secretário municipal de Saúde, Leo Prates, também comemorou a realização do tratamento. “Esta é uma ocasião extremamente especial porque representa um marco para a saúde pública da nossa capital baiana, um ganho enorme para a população que depende do SUS, especialmente para nossas crianças. Mais uma vez o Martagão, referência no atendimento pediátrico, reafirma seu compromisso com a sociedade baiana”, frisou.

O pai da primeira paciente, o lavrador Rubem Cerqueira, contou que foi no Martagão que descobriram o tumor. “Foi um baque para nós, mas aqui encontramos todo o suporte”, diz. Após o transplante ser realizado, a família fez uma festa no município de Serrinha. “Ela já está com diagnóstico que o tumor sumiu. A gente espera que, de agora em diante, ela melhore cada dia mais. Nossa família está em festa, fizeram uma comemoração grande, com muita alegria”.

De acordo com a assessoria, a partir de agora, a paciente continuará a ser acompanhada pelo Hospital, com restrições de alimentação e contato social nos próximos três meses, por causa da imunidade. A oncopediatra do Martagão Natália Borges, especialista em Transplante de Medula Óssea, conta que o processo, iniciado em agosto deste ano, ocorreu sem problemas.

“No caso específico de Isabela, ela estava com neuroblastoma no grau mais avançado, com infiltração medular. A chance de a doença recidivar somente com a quimioterapia era muito alta. O transplante faz com que essa chance de recidiva seja reduzida”, disse a médica.

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o transplante de medula óssea é um procedimento rápido, como uma transfusão de sangue, que dura em média duas horas. Essa nova medula é rica em células chamadas progenitoras, que uma vez na corrente sanguínea, circulam e vão se alojar na medula óssea, onde se desenvolvem.

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