sexta-feira, 26 julho, 2024

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Mesa redonda discute feminicídio e a importância das mulheres negras

Diversos eventos marcaram e marcam a luta das mulheres, ao longo da história, pelos direitos civis, políticos e sociais. O Brasil chega em 2018 com dados alarmantes de casos de violência contra o sexo feminino e é necessário que sejam realizados projetos que busquem conscientização da população. Na próxima quarta-feira (7), às 15h, a Biblioteca Central do Estado da Bahia realizará a mesa redonda Mulheres em Movimento, integrando o Projeto Março Mulher, que ocorre durante todo o mês de março nas bibliotecas públicas, coordenadas pela Fundação Pedro Calmon.

O evento trará um debate sobre os processos de luta feminista, passando por um histórico sobre a data e como ela foi ao longo dos anos descaracterizada pelas estratégias capitalistas comerciais e a importância das mulheres negras no movimento feminista, que será discutido pela historiadora Manuela Nascimento. A antropóloga Naiara Gomes, integrante da Marcha do Empoderamento Crespo em Salvador, norteará a fala sobre a luta das mulheres negras pelo direito ao seus corpos, contra o feminicídio e em busca do bem viver. A mesa trará também a filosofa Nathália Lãoturco, que fará uma leitura feminista sobre as barreiras impostas pelo trabalho sobre a maternidade.

“O processo histórico de luta das mulheres tem buscado retomar o protagonismo feminista que simboliza a data. O 8 de março sofreu uma grande descaraterização e esvaziamento do seu significado de luta que foi retomado nos últimos anos. Falar da luta das mulheres é sobretudo, pautar a importância das mulheres negras nesse processo retirando o olhar homogeneizante que mascara as desigualdades raciais e de orientação sexual entre as mulheres é um debate mais que necessário para as mulheres e para os homens”, destaca Manuela.

Com base nos dados divulgados no Anuário Brasileiro de Segurança Pública, de 2016, o Brasil registrou 45.460 estupros, em 2015. Na Bahia, os dados da Secretária de Segurança Pública, divulgou que somente no primeiro semestre de 2017, foram 23 mil registros de violência contra a mulher.

“O estado da Bahia possui índices alarmantes de feminicídio, crime de ódio contra as mulheres pelo fato de serem mulheres, fomentar esses debates é fundamental num momento em que vivemos tamanho retrocesso. Portanto, é função dos órgãos e instituições públicas contribuir com esse tipo de debate educativo e combativo que chama a todas/os a nos unirmos na luta pela vida das mulheres”, ressalta a historiadora.

A mesa redonda é gratuita e terá a apresentação do grupo de dança, do Hospital das Clínicas, HUPES no Passo a Passo e, também, do grupo de samba de Gafieira, Bolero e Forró do instrutor Eurico Diamante.

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