sexta-feira, 10 outubro, 2025

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Metanol: saiba o que é a substância presente em bebida adulterada

Foi confirmada nesta segunda-feira (29) a terceira morte na Grande São Paulo por suspeita de consumo de bebidas contaminadas por metanol. A substância, usada como insumo na indústria química, é altamente tóxica e pode causar óbito mesmo em doses pequenas.

Segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o metanol é um álcool — fórmula CH₃OH — usado como matéria-prima na produção de solventes, adesivos, pisos e revestimentos. Em escala industrial é obtido predominantemente a partir do gás natural.

A diferença básica entre metanol e etanol está na origem e no uso: o etanol é produzido por fermentação de açúcares (cana, milho, arroz etc.) e é a substância presente em bebidas alcoólicas seguras quando consumidas com moderação; o metanol não pode ser adicionado a bebidas por representar risco grave à saúde.

Como identificar bebida adulterada e que sinais observar

Bebida adulterada é aquela que teve sua composição alterada e “pode colocar sua saúde em risco”, segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). O Procon-SP orienta desconfiar de preços muito baixos e observar imperfeições na embalagem: lacre ou tampa tortos, rótulo desalinhado, erros de ortografia, ausência de CNPJ, número de lote ou endereço do fabricante.

Após o consumo, sintomas como visão turva, dor de cabeça intensa, náusea, tontura ou rebaixamento do nível de consciência podem indicar intoxicação por metanol. Em caso de qualquer sinal, siga a orientação médica: “Busque atendimento médico imediato: se houver qualquer sintoma suspeito, o consumidor deve procurar urgência médica sem demora.”

O consumidor não deve fazer testes caseiros. “Ao notar alguma diferença, o consumidor não deve realizar testes caseiros como cheirar, provar ou tentar queimar a bebida. Essas práticas não são seguras nem conclusivas.”

Regulação e riscos

Devido ao risco de adulteração e toxicidade, a ANP exige registro para movimentação e armazenamento do metanol. O Mapa define limites máximos residuais de metanol que podem ocorrer de forma natural em alguns processos de fermentação — limites esses muito baixos e que não autorizam o uso da substância em bebidas.

*Agência Brasil

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