sábado, 27 julho, 2024

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Neto evita comentar pressão para isolar Lúcio

Aliados do democrata estariam tentando impedir que emedebista componha a chapa

O prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), evitou comentar, ontem, a pressão de aliados para isolar o deputado federal Lúcio Vieira Lima (MDB) do grupo. Os correligionários do democrata querem evitar que o desgaste provocado pelas malas de R$ 51 milhões contamine toda a ala oposicionista. “Gostaria da compreensão de vocês para evitar esse tipo de comentário agora. Nós estamos na reta final de uma decisão. Existe toda uma articulação política e conversas com diversos partidos políticos. É natural que cada presidente de partido manifeste as suas opiniões. Eu, particularmente, vou ficar em silêncio até o momento certo, que, como já disse, deverá ser entre 6 e 7 de abril. […] Respeito a opinião de cada um dos partidos, mas não quero sobre elas opinar e me manifestar”, afirmou, em entrevista à imprensa, após o lançamento do espetáculo “Paixão de Cristo” da Arquidiciose, em parceria com a prefeitura.

Neto ainda negou que tenha discutido a situação de Lúcio com o presidente Michel Temer (MDB), em uma reunião que teve ontem em Brasília. “De maneira alguma. Não houve nenhum assunto relacionado à Bahia no dialogo com o presidente da República. Foi um dialogo institucional. Estive como presidente nacional do Democratas”, garantiu. Depois de tentar convencer Lúcio a deixar o MDB e se filiar a um partido nanico, os aliados agora tentam pressionar publicamente o parlamentar a sair do partido. Nesta semana, o presidente do PSDB da Bahia, o deputado federal João Gualberto, deixou bem claro a intenção. “O PSDB não coliga com ACM Neto ou o DEM se o MDB [de Lúcio Vieira Lima] participar da chapa proporcional ou/e majoritária. Mesmo que Neto queira, nós não vamos coligar. A gente não quis se aliar em 2014, e não queremos agora”, afirmou o tucano.

Gualberto disse que o PSDB, na eleição de 2014, se recusou a ficar no grupo oposicionista se Geddel fosse o candidato a governador. Diante da resistência dos tucanos, o ex-ministro postulou o Senado e perdeu. Agora, a situação dos emedebistas é ainda pior. O antigo cacique da sigla está preso e Lúcio é investigado por crimes de lavagem de dinheiro, associação criminosa e ameaça. Corre o risco ainda de ter o mandato cassado pelo Conselho de Ética da Câmara dos Deputados por quebra de decoro parlamentar. A expectativa é que o relator do caso, Hiran Gonçalves (PP-RR), protocole nesta semana o parecer prévio a respeito da admissibilidade ou não do processo. Depois, o texto segue para a votação no colegiado. À vista deste cenário nebuloso, aliados comentam que o prefeito ACM Neto teria condicionado a sua candidatura ao Palácio de Ondina a saída de Lúcio do MDB.

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