domingo, 23 fevereiro, 2025

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Neto usa estratégia de Wagner e põe Bruno nas ruas com equipe

Ao que tudo indica ACM Neto definiu Bruno Reis como seu provável candidato a prefeito, em 2020.

 O que se comenta no meio político é que o prefeito ACM Neto, também presidente nacional do DEM, colocou o vice-prefeito Bruno Reis na linha de frente da administração para ser o provável candidato a prefeito do seu grupo político, em 2020. É uma estratégia conhecida e exitosa quando bem aplicada: é só lembrar que Rui Costa saiu de vereador da capital para deputado federal, depois secretário de Estado, e o então governador Jaques Wagner articulou toda sua ascensão política.
Não existem muito casos precedentes: Wagmer, mesmo, saiu sem padrinhos (nem Lula acreditava em sua vitória) para enfrentar o ‘carlismo’ e venceu; Imbassahy, fazia uma boa gestão em Salvador, mas, teve que ‘engolir’ a candidatura César Borges, imposta por ACM. João Henrique venceu esse peleito, em 2004.
Neto sabe que é vital para ele fazer o sucessor. Vai ficar dois anos sem mandato, daí que a PMS é um ícone. Se perder, vai-se a bandeira. Supõe-se que Neto deve ter dito a Bruno, em tese: vou fazer minha parte e cabe a você fazer a sua. Rui saiu do nada. Era completamente desconhecido na Bahia na eleição de 2010. Foi à luta e fez sua parte com Wagner ancorando-o. Foi eleito governador em 2014 e novamente em 2018. Hoje, é a figura mais popular do PT, embora o estrategista continue sendo Wagner.
Cabe, portanto, a Bruno – muita gente acha ele fraco, sem carisma (muito parecido com Rui, em 2010) – fazer sua parte. Melhorar logo sua assessoria que é tida como mediana, especialmente na área da comunicação, começar a falar de política e arregarças as mangas nas ruas subindo e descendo os brongos. O que, aliás, já está fazendo.
Neste final de semana, ele que é também secretário de Infraestrutura e Obras Públicas (Seinfra) reuniu representantes de todos os órgãos da Prefeitura nas ruas da capital baiana para vistoriar, no último sábado (27), um conjunto de intervenções em execução na Cidade Baixa. Apenas na região do Centro Histórico, a atual gestão prevê investimentos de R$ 300 milhões.
“Temos um volume grande de obras em Salvador. Precisamos sempre acompanhar de perto o andamento dessas intervenções, para identificar eventuais problemas, que surgem no decorrer da execução de qualquer projeto, e facilitar a busca por soluções e a tomada de decisões, fazendo com que o cronograma seja devidamente cumprido”, afirmou Bruno Reis.
Chamada pelo vice-prefeito de “Sabadão das Vistorias”, a atividade inspecionou as obras da construção do Mercado de São Miguel, na Barroquinha, e da revitalização dos Arcos da Montanha, das praças Cairu e Marechal Deodoro, da Rua Miguel Calmon e do Elevador do Taboão, no Comércio.
A equipe também vistoriou as intervenções da segunda etapa da revitalização da Colina Sagrada e da construção do Caminho da Fé, que vai criar uma via de peregrinação entre o Santuário de Irmã Dulce e a Basílica do Senhor do Bonfim. O vice-prefeito ainda esteve na Ribeira, avaliando os estragos feitos pela ressaca da maré em frente à igreja de Nossa Senhora da Penha.
Parece-nos no caminho certo sobretudo quanto fala em “buscar soluções”. Nesse passo do compassou, Neto usa a estratégia de Wagner; e Bruno a atuação de Rui. Se vai dar certo ou não só mais adiante a gente vai saber. Mas, desde já. há pelo menos um caminho, uma trilha a seguir.

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