Entre os que se declararam eleitores do presidente Jair Bolsonaro, a desaprovação é maior e chega a 81% (apenas 16% nesse grupo disseram aprovar a saída de Moro). Somente permanece ao lado do presidente aqueles que ainda têm intenções eleitoreiras mais urgentes, uma vez que as eleições estão se aproximando.
Os brasileiros – isso é inegável – tinham em Sérgio Moro uma garantia de combate sério à corrupção. Esta posição do ex-juiz Moro incomodou o presidente, que preferiu proteger os filhos e atrair condenados no Mensalão para lotear cargos (lamentável ver que um dos novos heróis do bolsonarismo seja Roberto Jefferson).
Ainda segundo a pesquisa divulgada pelo Estadão, para 57% dos entrevistados, sem Moro, o combate à corrupção será impactado negativamente a partir de agora no País. Com as novas nomeações previstas – tanto o novo ministro da Justiça, Jorge Oliveira, quanto o novo diretor da Polícia Federal, Alexandre Ramagem, são amigos dos filhos do presidente – essa percepção de que não haverá combate ao crime somente cresce.
Nas redes bolsonaristas, Moro já foi guindado à posição de traidor, neo-esquerdista. Esse é o padrão da militância bolsonarista – o que muito lembra os famosos MAV do petismo – quando pintam como demônios quaisquer pessoas ou lideranças que divirjam ainda que pontualmente ou apresentem ameaças contra Bolsonaro em 2022, se ele chegar até lá no cargo. Afastar-se desse padrão de pensamento e ação é uma garantia de sanidade, uma necessidade.