segunda-feira, 9 dezembro, 2024

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O efeito Lava Jato na campanha: dinheiro curto e cenário confuso

Nas primeiras incursões pelo interior tentando escalar os times para a peleja de 2018, os políticos detentores de mandatos já perceberam um fato que vai aumentar o mix de dificuldades na campanha: as lideranças do interior, como vereadores e afins, não se deram conta de que a Lava Jato fechou as torneiras da dinheirama e fazem suas pedidas como se nada tivesse acontecido.

“Não caíram na real”, diz um deputado de segundo mandato, que admite como uma pequeníssima vantagem o fato de que o jogo é (quase) igual para todos.

Quase porque o presidente do TSE, ministro Luiz Fux, já sinalizou que o candidato pode financiar a própria campanha. Ou seja, pode doar dinheiro a si mesmo, o que tende a forjar outra distorção democrática: quem tem dinheiro está na vantagem.

A deputada federal Alice Portugal (PCdoB) está entre os que admitem a insegurança generalizada, também do ponto de vista institucional.

Ela aponta que a visita de Lula a Salvador, semana passada, no Fórum Social Mundial, pode ser os últimos atos dele em liberdade. E cita que a fragmentação institucional é outro complicador.

— As Forças Armadas estão divididas, o Judiciário, também, a política, toda fragmentada, e para complicar, Temer está acuado pela Justiça. E se Temer cair, quem vai substituí-lo? Como resolver essa questão a seis meses do fim do mandato? Está tudo muito confuso…

Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.

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