O mês de outubro é dedicado ao combate contra o câncer de mama. A importância do diagnóstico desse tipo de câncer nunca chega sozinho. Ele vem acompanhado de medos, incertezas e, muitas vezes, do afastamento inesperado de pessoas antes consideradas essenciais. No entanto, é nesse terreno árido que brotam laços de afeto, cumplicidade e redes de apoio que se revelam mais fortes do que a própria doença.

A psicóloga, escritora e autora do livro “Amizade ou Conveniência“, Katia Bellas traz para o Outubro Rosa uma reflexão sensível: por que alguns vínculos se rompem em meio à dor, enquanto outros se fortalecem e se transformam em porto seguro?
E nada ilustra isso melhor do que o relato de Ladjane Andrade, diagnosticada com câncer de mama em 2021, aos 38 anos:
“Quando recebi o diagnóstico, o chão parecia desaparecer sob meus pés. O medo, a incerteza e a dor se misturaram em um turbilhão difícil de descrever. Mas foi nesse momento que percebi o verdadeiro poder da rede de apoio que me cercava. Minha família esteve comigo em cada etapa, meus amigos me fizeram sentir muito amada, e médicos e psicólogos cuidaram da minha saúde física e emocional. Também encontrei no Instituto Doses de Amor um espaço de acolhimento onde mulheres compartilham não só dores, mas vitórias, sorrisos e fé. Algumas pessoas se afastaram, mas conheci pessoas incríveis, anjos que surgiram no caminho e me deram forças nos dias mais difíceis. Hoje, olhando para trás, sei que a minha cura não veio apenas dos tratamentos médicos, mas desse conjunto de mãos estendidas, palavras de afeto e presenças reais. A rede de apoio foi meu porto seguro.”
No Outubro Rosa, além da prevenção e do diagnóstico precoce, é fundamental falar sobre o impacto emocional e relacional do câncer. Redes de apoio — de amigas, familiares, grupos terapêuticos e até desconhecidos que se unem pelo mesmo desafio — tornam-se pilares de vida e esperança.
