Durante o Outubro Rosa, além do alerta sobre o diagnóstico precoce, um novo foco de atenção ganha destaque: a obesidade não é apenas fator de risco para o câncer de mama — ela também pode mascarar a doença, atrasando o diagnóstico e diminuindo as chances de cura.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o Brasil deve registrar mais de 73 mil novos casos de câncer de mama em 2025, número que acende o sinal de alerta entre os especialistas. O excesso de gordura corporal altera a densidade das mamas, o que pode dificultar a visualização de nódulos nos exames de imagem, como a mamografia. Em mulheres obesas, pequenas lesões podem passar despercebidas, comprometendo a precisão dos resultados.
Para o cirurgião bariátrico Dr. Marcelo Carneiro, médico do reality “Quilos Mortais Brasil” e referência nacional no tratamento da obesidade, a relação entre o acúmulo de gordura e o câncer de mama exige atenção urgente.
“A gordura corporal é como um estado inflamatório. Ela altera hormônios, desequilibra o metabolismo e cria um ambiente propício para o surgimento e a evolução dos tumores”, explica o médico.
Segundo ele, o excesso de gordura aumenta a produção de estrogênio, hormônio que, em grandes quantidades, estimula o crescimento das células mamárias — especialmente após a menopausa.
“O excesso de gordura aumenta a produção de estrogênio — hormônio que, em grandes quantidades, estimula o crescimento das células mamárias, especialmente após a menopausa”, alerta Dr. Marcelo.
O especialista destaca ainda que a perda de peso controlada e o tratamento adequado da obesidade têm impacto direto na prevenção e no sucesso do tratamento do câncer.
“Ao cuidar do peso, a mulher previne diversas doenças e evita complicações diante de diagnósticos mais sérios”, reforça o médico.
Hábitos saudáveis reduzem riscos
De acordo com Dr. Marcelo, mudanças no estilo de vida são fundamentais para a prevenção tanto da obesidade quanto do câncer.
“Manter uma alimentação equilibrada, praticar atividade física regular e buscar acompanhamento médico multidisciplinar são atitudes essenciais”, afirma o especialista.
Essas práticas, segundo ele, melhoram a resposta do organismo aos tratamentos e reduzem o risco de tumores.
“Prevenir a obesidade é também uma forma de prevenir o câncer. Precisamos falar mais sobre isso e conscientizar as pessoas de que o corpo é um só!”, conclui.
