Popularidade no ambiente virtual pode afetar o desenvolvimento dos pequenos.
Na última semana, a rede social Instagram começou a notificar usuários com idade abaixo dos 13 anos que seus perfis serão deletados da plataforma.
De acordo com as regras do aplicativo, crianças abaixo dessa idade não podem ter perfil pessoal, mesmo com a autorização dos pais. A medida levantou a questão sobre a participação do público adolescente no ambiente virtual.
A psicóloga e consultora educacional da Escola de Inteligência, Mariana Catalan Andrade, explica que a má administração das redes sociais na infância pode causar consequências ruins na vida de crianças e adolescentes.
A ansiedade, por exemplo, é um dos fatores que os pais mais devem se preocupar. Quanto mais os pais conseguirem retardar esse contato dos filhos com as redes sociais, mais seguros eles estarão.
“A criança acaba tendo uma necessidade neurótica de que o conteúdo que ela posta seja curtido, e isso acaba gerando uma doença social. Pesquisas mostram que o nível de infelicidade das pessoas aumentou após o uso das redes sociais. Imagine esse impacto na vida de uma criança, que ainda está formando a sua identidade e sua relação com o mundo”, explica Mariana.
A popularidade precoce também pode afetar as crianças. Por isso, é essencial que os pais criem uma ponte entre o mundo virtual e o mundo presencial para que os pequenos saibam lidar com os desafios e alegrias de se relacionarem com outros seres humanos, já que nas rede sociais os relacionamentos começam e acabam com um clique, assim como a popularidade.
“Apesar das redes sociais fazerem parte do cotidiano da vida de muitas crianças, adolescentes e adultos, o relacionamento presencial entre pessoas torna-se primordial de ser aprendido e repensado”, afirma Mariana.
Essa política de acesso as redes sociais e o monitoramento mais rigoroso das plataformas pode levar a muitas exclusões de perfis. Com isso, muitas crianças podem desenvolver uma sensação de falta de amigos e até isolamento.
“Com essa situação, os pais devem promover aprendizado sobre relações humanas e situações de frustações nessas relações. É interessante que eles conversem com os filhos sobre como manter relacionamentos presenciais e, acima de tudo, mostrar às crianças como eles fazem para manter amigos fora das redes sociais”, orienta a psicóloga.
A especialista ressalta que, caso a família perceba mudanças de comportamento que diferem muito do habitual da criança, é importante buscar ajuda de um profissional, como por exemplo, psicólogos.
E, mesmo que os filhos já tenham idade para ter perfis nas redes sociais, os pais devem ficar atentos a possíveis seguidores com intenções duvidosas.