A Polícia Federal deflagrou, nesta terça-feira (2), a Operação Intolerans, ação voltada a reprimir e esclarecer ataques cibernéticos do tipo negação de serviço (DDoS) realizados contra parlamentares federais que manifestaram apoio ao Projeto de Lei nº 1904/2024, o chamado PL Antiaborto.
As investigações apontam que diversos sites institucionais de deputados foram alvos de ataques coordenados, o que provocou instabilidade e períodos de indisponibilidade, comprometendo a comunicação oficial e afetando a atuação legislativa dos parlamentares.
A PF cumpriu dois mandados de busca e apreensão em São Paulo (SP) e Curitiba (PR), onde estão localizados suspeitos de envolvimento na ofensiva digital. A operação contou com o apoio de parceiros estrangeiros, acionados por meio de mecanismos de cooperação jurídica internacional.
As apurações continuam para identificar todos os participantes dos ataques e garantir a responsabilização dos autores. Segundo a corporação, o objetivo é coibir práticas que interferem no funcionamento de serviços públicos e na atividade parlamentar, considerada essencial ao processo democrático.
Contexto adicional
Ataques DDoS são tentativas de sobrecarregar servidores por meio de acessos simultâneos, derrubando páginas e impossibilitando a utilização de sites e sistemas. Nos últimos anos, o Brasil tem registrado aumento desse tipo de ofensiva, principalmente durante debates legislativos sensíveis ou momentos de grande polarização.
O PL 1904/2024, que provocou mobilização nas redes e posicionamentos divergentes no Congresso, prevê alterações na legislação penal sobre aborto, o que elevou a temperatura do debate público e gerou reações em ambientes digitais.
