Leitura nos bastidores é de que o impasse tem menos a ver com agenda dos vereadores e mais com a insatisfação da base governista
Mais uma sessão da Câmara Municipal de Salvador (CMS) caiu nesta quarta-feira (27) por falta de quórum — a terceira em menos de duas semanas. A repetição do esvaziamento acende um alerta sobre a relação entre o Legislativo e o Executivo da capital baiana. A leitura nos bastidores é de que o impasse tem menos a ver com agenda dos vereadores e mais com a insatisfação da base governista.
Segundo relatos de parlamentares, a prefeitura tem travado a liberação de emendas desde o início do ano, o que deixou o clima entre Executivo e Legislativo “insustentável”, nas palavras de um edil do bloco independente.
Diante do desgaste, o presidente da Câmara, Carlos Muniz (PSDB), tenta evitar que o atrito se transforme em crise aberta. Ele convocou para segunda-feira (1º) uma reunião do Colégio de Líderes para discutir projetos do Executivo e, sobretudo, ouvir as queixas dos governistas.
A cobrança, porém, tem recaído sobre o líder do governo, Kiki Bispo (União Brasil), ausente das últimas sessões. Na terça-feira (26), ele solicitou uma licença de dois dias para tratar de atividades referentes ao mandato.
Falta coragem?
Bruno Reis, por sua vez, minimiza o cenário. Reitera que mantém “ótima relação” com os vereadores e descarta problemas na base. O discurso público, contudo, contrasta com o silêncio dos parlamentares, que evitam se indispor com o prefeito. Reservadamente, admitem o incômodo, mas sem coragem de confrontar o Executivo — nem na tribuna, nem diante da imprensa.
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