O prefeito de Madre Deus, Jeferson Andrade, confirmou, ontem, a saída do DEM e a filiação ao PP, partido do vice-governador da Bahia, João Leão. “Tenho uma relação excelente com o governador Rui Costa e o vice-governador João Leão. Estou perto de fazer a transferência do Democratas para o PP, mas independente de estar no Democratas minha relação sempre foi muito boa institucionalmente com o governador. Durante a campanha, eu era democrata e o governador foi dar ordem de serviço de um prédio da saúde. E pedi que assumisse o compromisso de terminar umas habitações no município. E ele garantiu. Então, independente da questão partidária, a minha relação com o governador sempre foi a melhor possível”, declarou o gestor, durante visita à Tribuna.
Jeferson Andrade disse que ainda não há data para migrar para o partido, porque o PP fará um grande ato no qual irá filiar vários políticos. Ele justificou a saída do DEM. “No último pleito eleitoral, nós conseguimos, em Madre de Deus, eleger um deputado estadual, o Niltinho. Filiei Niltinho ao PP e contribuí para que ele chegasse a deputo estadual. Ele era meu secretário de governo. Nunca tinha sido candidato a nada. Saiu de uma cidade de 20 mil habitantes, que é a nossa, para se protagonizar como deputado estadual. Aí meio que perde sentido tendo dado certo a candidatura do Nilto, eu continuar no Democratas”, pontuou. O prefeito ressaltou que não tem “relação negativa” com o DEM nem com o prefeito de Salvador, ACM Neto, que preside a sigla nacionalmente.
Reeleito em 2016, Jeferson Andrade disse que prepara o sucessor. Segundo ele, há, na cidade, vereadores e empresários que podem ser postulante com o seu apoio. O deputado estadual Niltinho (PP) também pode ser o candidato à sucessão. Sobre a gestão, o prefeito afirmou que começou a governar nos “anos áureos da crise” brasileira. Segundo ele, Madre de Deus teve dois impactos. A perda da arrecadação dos royalties. De acordo com o prefeito, a cidade arrecadava R$ 4 milhões por mês, com os royalties, e este valor passou para R$ 800 mil. “Para além disso, teve a crise da empregabilidade. Madre de Deus viveu historicamente do petróleo. Os empregos que geravam para a nossa população e região eram todos do petróleo. Não tem outras indústrias e fontes de empregabilidade na cidade. Então, vivemos um tempo amargo”, declarou.
O prefeito afirmou que a marca da sua gestão é a educação em tempo integral implantada no município. Segundo ele, com o investimento na área, os índices de violência na cidade caíram. Jeferson Andrade contou que há oito meses não há casos de homicídio em Madre de Deus. “Aplicamos o recurso público nas políticas mais acertadas. Nós temos alguns cases de sucesso na cidade. Acertamos muito mais do que erramos. Em 2019, nós estamos comemorando o fato de ser a primeira rede pública em que toda a rede tem escola em tempo integral”, pontuou.
O gestor disse que algumas medidas adotadas por sua administração reduziram a violência em Madre de Deus. Segundo Andrade, ele proibiu na cidade o funcionamento de bares a partir da meia-noite de segunda a quinta. E, de sexta-feira a domingo, só pode ficar aberto ate 1 hora da manhã. “Não ter nenhum caso de tentativa de homicídio ou homicídio há oito meses é um fato raro e inédito para uma cidade da região metropolitana, de qualquer metropolitana do país”, gabou-se.