Indumentária e preparo dos quitutes poderão ser fiscalizados em ronda especializada
Depois que o Rio de Janeiro tornou o ofício das baianas de acarajé patrimônio do estado, a Prefeitura de Salvador busca maneiras de preservar a tradição dos quitutes, que têm origem africana. De acordo com o diretor de Turismo de Salvador, Gegê Magalhães, a gestão municipal estuda a criação de uma ronda de fiscalização que vai orientar baianas sobre a indumentária e preparo do acarajé.
A medida, caso seja concretizada, poderá evitar que tabuleiros chamem o acarajé de “bolinho de Jesus”, uma forma de tentar apagar a tradição das religiões de matriz africana do preparo do alimento. Além disso, a fiscalização pode ser um empecilho para que novas formas do quitute sejam criadas, como o acarajé rosa. Inspirado no filme da Barbie, a criação gerou polêmica entre as baianas.
“Estamos levando uma proposta para a Secretaria Municipal de Ordem Pública para criar uma equipe especializada em fiscalizar o ofício da baiana de acarajé”, afirmou Gegê Magalhães durante o anúncio da campanha Dia da Baiana Feliz, que venderá acarajé por R$10 em Salvador.
“Nós precisamos olhar com mais carinho o ofício das baianas de acarajé, quando falamos das vestimentas e da essência do quitute. Acho que não podemos descaracterizar o ofício de forma nenhuma”, completou o diretor de Turismo.
Rita Santos, coordenadora da Associação Nacional das Baianas de Acarajé (Abam), defende que as tradições sejam mantidas pelas baianas. “Aqui na Bahia, temos acarajé cor de rosa, com ketchup, pizza de acarajé, acarajé com doce de leite, além de baianas vendendo o acarajé de shorts e camiseta”, critica.