Lutador de 19 anos viralizou há dez anos ao lado de Júnior Cigano. Pugilista é apontado como promessa no esporte
A estreia de Breno Luís no boxe elite foi com vitória. Neste domingo, o pugilista de 19 anos venceu Nicolas Teixeira por decisão unânime dos árbitros. O evento aconteceu em um shopping de Salvador.
Esta não foi a primeira vez que Breno teve destaque em uma luta. Em 2012, quando tinha apenas nove anos, a imagem dele ganhou o mundo, ao lado do campeão dos peso-pesados do UFC Júnior Cigano.
Naquela época, Breno era uma das muitas crianças do bairro de Cidade Nova, em Salvador. Ainda muito pequeno, frequentava a academia Champion, pertinho de casa, mais como uma brincadeira. Até o dia em que um encontro com Cigano provocou uma virada na vida do garoto.
– Eu sou fanático por ele. Quando comecei, via ele treinando [academia Champion], um cara grandão. Disse: “Quem é esse?”. O professor Dórea falou “É Júnior Cigano”. Tinha uma luta lá nos Estados Unidos. Colei nele, falei se ele não tinha como me levar. Ele me perguntou com quem ia lutar. Eu respondi que não sabia, mas queria ir. No outro dia, vim para a academia, e tinha um monte de repórter – lembra Breno, em entrevista ao Globo Esporte Bahia.
A história do menino fã do lutador de MMA ganhou o mundo e foi parar nos Estados Unidos. Breno viajou para Las Vegas, viu Cigano vencer Frank Mir e subiu no octógono para comemorar, carregado pelo ídolo.
O tempo passou e foi acompanhado por uma transformação. O menino que sonhava em ser atleta cresceu e se tornou uma das grandes promessas do boxe baiano.
– É um menino de muito talento. Só não teve a oportunidade de ser convocado pela seleção brasileira. A Bahia, para mim, está pequena para ele – diz Robson Conceição, campeão olímpico na categoria peso leve na Rio 2016.
– É um garoto com potencial acima do normal. Tenho certeza de que será outro grande campeão. Tem potencial incrível – avalia Luiz Dórea, fundador da academia Champion.
Em 2019, antes da pandemia, Breno foi medalha de bronze no Brasileiro Juvenil no peso mosca, até 52 quilos. Mas o boxe não é a única paixão. Assim como o ídolo Júnior Cigano, Breno sonha, um dia, em lutar em um octógono.
– Eu pedia. “Professor, eu quero lutar”. Queria lutar MMA. Até hoje sou fanático. Eu gosto de boxe. Mas o professor disse que, primeiro, tinha que ser campeão de boxe para passar para o MMA – conta Breno.
Na torcida, um ídolo do presente e medalhista olímpico em Tóquio, que, além de apoiar, participa efetivamente da construção do futuro de Breno.
– Breno é um talento nato. Conheci esse garoto, quando eu iniciei, ele já praticava, era pequenininho. Você já via nele aquele cara diferenciado. Fico feliz de ver ele dando prosseguimento na carreira. Vai estrear na categoria elite. Acho que não vai fazer feio, não. Vai dar continuidade nesse trabalho, trazer grandes resultados para a Bahia e para o Brasil. Estou na torcida. Espero que tenha incentivado ele com essa conquista e que ele alcance a mesma coisa futuramente – finaliza Hebert Conceição, campeão olímpico em Tóquio 2020.