quinta-feira, 24 abril, 2025

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Queria mais espaço para música de trincheira, lamenta Vandal sobre Carnaval de Salvador

O rapper Vandal lamentou, nesta sexta-feira (1º), que poucas atrações de “música de trincheira” tenham tido espaço no Carnaval de Salvador deste ano. “Eu tô triste, porque ano passado eu fiz cinco dias de Carnaval, esse ano eu só fiz um. Talvez eu faça mais um em São Paulo, com BaianaSystem. O que eu vou acompanhar foi aqui no Expresso e vou ver o Ministereo [Público] amanhã, na Praça da Cruz Caída. Eu queria que tivessem sido aberto mais espaços pra música de trincheira”, apontou.

Mesmo sem ter muitas opções de atrações que gosta, o artista disse que vai curtir a folia. “O próprio Baiana só fez um dia, com toda proporção que eles têm. Eu só fiz um dia. Então o que eu vou acompanhar? Vou tentar ver outras possibilidades. Mas como eu nasci no carnaval e a rua é o que me encanta mais, eu não vou nem ligar tanto pra atrações. Vou me manter na rua e ver o que acontece”, explicou.

Vandal esteve nesta sexta no camarote Expresso 2222 e, em entrevista ao Bahia Notícias, também falou sobre o trabalho que fez com a banda BaianaSystem na canção “CertoPeloCertoh”, que segundo ele foi “se moldando” ao grupo. “Fizemos mais de 10 versões dessa música e o que encontrou foi o samba-reggae, usar o cântico do samba-reggae. Porque esse ritmo estava sendo usado nessa pseudo-moderna nova música baiana, estava sendo usada com sample, e a gente tocar a música. E como eu sou oriundo genuíno de gueto, de favela mesmo, eu morei no Pelourinho também, a gente conseguiu traduzir os tambores”, detalhou.

O rapper contou ainda que o início da música traz um áudio que sua mãe lhe enviou pelo WhatsApp. “A gente queria muito suavizar um pouco mais isso, e eu trouxe minha mãe pra isso, foi um presente meu pra ela. E é também uma memória afetiva. Todo mundo recebe um áudio da sua mãe, e o carinho que ela passou pra mim ali eu queria transportar pra todos os ouvintes. Se sentirem abraçados por uma mulher negra, da favela, que vê seu filho sair todo dia pra rua pra lutar pelos ideais dele e fazer com que o que ele ganhe seja repartido pras pessoas do gueto”, revelou.

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